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Eleições nos EUA

Protestos violentos obrigam Trump a adiar comício em Chicago

12 mar 2016 - 02h10
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O pré-candidato republicano às eleições presidenciais dos Estados Unidos, Donald Trump, se viu obrigado a adiar um comício nesta sexta-feira em Chicago devido a enfrentamentos violentos entre opositores e partidários do magnata.

Em comunicado, a campanha de Trump anunciou o cancelamento do comício e sua transferência para outra data, depois que as câmeras das principais emissoras do país mostraram imagens de confrontos violentos entre críticos e defensores do pré-candidato.

O Departamento de Bombeiros de Chicago informou que três pessoas tiveram ferimentos leves por causa dos incidentes, uma delas um policial, que teve imagens divulgadas nas redes sociais em que aparecia com a cabeça ensanguentada.

Trump pretendia falar a partir das 18h locais (21h de Brasília) no Pavilhão Chicago da Universidade de Illinois, onde se concentraram centenas de manifestantes, que entraram em confronto com centenas de simpatizantes do pré-candidato, tanto dentro como fora do recinto.

"Após um encontro com agentes da lei, Trump determinou que, pela segurança das centenas de milhares de pessoas reunidas dentro e nos arredores do pavilhão, o comício de hoje será adiado para outra data. Muito obrigado por sua presença e, por favor, saiam em paz", afirmou o comunicado da campanha do magnata.

Enquanto uma grande concentração de pessoas rodeava o pavilhão, dentro dele os manifestantes gritavam "Bernie, Bernie!", em referência ao pré-candidato democrata Bernie Sanders.

Um dos manifestantes chegou a subir no palanque no qual Trump falaria, mas logo foi rendido pelos agentes de segurança.

Após ter anunciado o cancelamento temporário do evento, Trump falou para as principais emissoras de televisão dos EUA e lamentou que a liberdade de expressão, um direito reconhecido pela Constituição do país, foi "violado" e que o país está tão dividido e furioso que "já não é possível realizar comícios".

Além disso, o magnata garantiu que é preciso "recuperar empregos para as pessoas" para assim pôr fim à violência.

Seus adversários na disputa republicana também reagiram ao ocorrido. O senador Ted Cruz rotulou os incidentes de "consequência previsível" da retórica de Trump e de seus posicionamentos a respeito dos manifestantes.

Já o senador Marco Rubio emitiu um comunicado no qual vinculou o sucedido à "divisão criada durante oito anos" pelo presidente Barack Obama entre "os que têm e os que não, entre linhas raciais, étnicas e de gênero para ganhar as eleições".

Rubio também criticou o fato de Trump ter sido privado de sua liberdade de expressão e acusou "a esquerda" de ter a convicção que, "se não você gosta do que alguém diz, tem o direito de calá-lo, como ocorre em muitos campus universitários ao longo dos EUA".

Os protestos pelo comício do pré-candidato presidencial tinham sido organizados há dias por uma coalizão de ativistas, estudantes, religiosos e políticos da cidade, entre eles várias organizações latinas e afro-americanas.

"Já temos milhares de adesões e o grupo segue crescendo", declarou na segunda-feira à Agência Efe a pastora metodista Emma Lozano, que dirige os grupos pró-imigrantes Sem Fronteiras e Família Unida.

A tensão foi crescendo durante os últimos dias nos comícios de Trump e em um deles na quarta-feira, na Carolina do Norte, um dos presentes socou um manifestante negro depois que este interrompeu o evento a gritos.

Por outra parte, a repórter Michelle Fields, do portal de notícias "Breitbart", denunciou hoje que foi agredida por Corey Lewandowski, responsável pela campanha de Trump, depois que supostamente a agarraram à força e a afastaram quando pretendia fazer uma pergunta ao empresário.

A jornalista postou ontem em sua conta no Twitter uma foto de seu braço com marcas roxas, enquanto Lewandowski rejeitou a acusação ao assinalar que a jornalista estava "delirando" e que nunca a tocou nem a conhecia.

EFE   
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