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Estados Unidos

Obama e Romney evitam questões difíceis sobre a China em debate

23 out 2012 - 06h35
(atualizado às 07h54)
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O presidente dos EUA, Barack Obama, e o adversário republicano, Mitt Romney, prometeram endurecer com relação às políticas comerciais da China, mas na maior parte do tempo usaram o gigante asiático como pano de fundo para disputas sobre seus programas econômicos, no último debate da campanha antes da eleição de 6 de novembro.

Romney (esq.) e Obama debateram pela última vez na noite desta segunda-feira
Romney (esq.) e Obama debateram pela última vez na noite desta segunda-feira
Foto: AP

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Em um confronto que deveria ser limitado à política externa, na noite de segunda-feira, os dois candidatos se concentraram nos aspectos econômicos da complexa relação EUA-China e tocaram apenas brevemente no crescente desafio de segurança que a China representa para um sistema de alianças liderado pelos EUA na Ásia.

Os direitos humanos, o apoio da China a países que são inimigos dos Estados Unidos e a intensificação das disputas territoriais marítimas entre a China e os aliados americanos Japão e Filipinas não foram mencionados no debate de 90 minutos em Boca Raton, na Flórida. Também não foi mencionada a iminente mudança de liderança na segunda maior economia do mundo, assim como a desaceleração econômica da China, que pode ter consequências sérias para os exportadores dos EUA.

A China é "tanto um adversário, mas também um parceiro em potencial na comunidade internacional se estiver seguindo as regras", disse Obama, que elogiou os esforços de seu governo para combater o que considerou violações chinesas às regras do comércio global.

A perda de empregos nos EUA devido à ausência de condições de igualdade no comércio é o motivo "pelo qual trouxemos mais casos contra a China por violar regras comerciais do que o governo anterior tinha feito em dois mandatos", disse Obama. "E nós ganhamos quase todos os casos que temos apresentado, que foram decididos", disse ele.

O governo Obama tem prevalecido em cerca de oito casos na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a China, de acordo com cálculos de fontes do setor.

Romney, cuja retórica em relação à China na campanha tem sido muitas vezes dura, concordou que "podemos ser um parceiro da China. Não temos que ser um adversário de qualquer maneira, forma ou formulário". Mas ele e o presidente logo transformaram a questão da China em assuntos de política interna dos EUA.

Romney citou uma fabricante de válvulas dos EUA cujos produtos, segundo ele, estavam sendo falsificados na China, inclusive os números de série e embalagem. "Temos um enorme desequilíbrio comercial com a China, e é pior este ano do que no ano passado, e é pior do que no ano anterior, e um ano antes. E por isso temos que entender que não podemos simplesmente nos render e perder empregos entra ano e sai ano", disse.

Obama disse que o investimento em educação e pesquisa era o verdadeiro caminho para os EUA ficarem à frente da China. Obama também repetiu as críticas de que Romney havia investido em empresas que enviaram postos de trabalho para a China e acrescentou que o Orçamento de Romney não atende às necessidades dos EUA em educação e pesquisa.

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