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Oriente Médio

Contra previsões, Estados "indecisos" deram vitória folgada a Obama

7 nov 2012 - 12h27
(atualizado às 12h32)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conquistou uma reeleição mais folgada do que o esperado na madrugada desta quarta-feira. Isso ocorreu porque o democrata conseguiu vencer em quase todos os lugares onde mais importava, os chamados

Acompanha da família, Obama é ovacionado ao chegar par discurso da vitória em Chicago
Acompanha da família, Obama é ovacionado ao chegar par discurso da vitória em Chicago
Foto: AP
Swing States

(Estado pêndulo, indecisos, onde as pesquisas não conseguem apontar um vencedor claro). Por ter a peculiaridade de ser uma eleição indireta, conquistar a maior parte dos votos dos delegados no Colégio Eleitoral era o objetivo dos candidatos. Com raríssimas exceções, quem leva um Estado leva também os delegados que este tem direito no Colégio Eleitoral - órgão que de fato elege o presidente.

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Como grande parte das regiões eram consideradas sólidas para um lado ou para o outro, a maior parte da campanha se concentrou nestes Estados considerados em aberto pela mídia americana, que eram nove: Flórida, Ohio, Virgínia, Carolina do Norte, Wisconsin, Colorado, Nevada, Iowa e New Hampshire. Somados, essas regiões são responsáveis por 110 dos 538 votos do Colégio Eleitoral americano. Isso representava que nenhum candidato conseguiria alcançar o número mágico de 270 delegados necessários para a eleição sem vencer ao menos parte deles.

Às vésperas das eleições, projetava-se que a eleição estivesse em aberto porque as pesquisas ainda indicavam resultados inconclusivos para os Swing States. O candidato republicano, Mitt Romney, inclusive esteve em Ohio na tarde de terça-feira para tentar angariar votos de última hora. No entanto, ainda que o republicano tenha liderado em número de delegados e no voto popular nas primeiras horas da apuração, os resultados das urnas mostraram uma disputa não tão acirrada assim. Romney venceu um dos nove Estados. Na Flórida, a margem foi de 0,5%. Nos demais, a vantagem foi mais folgada do que o esperado.

Ohio, o Estado mais comentado pela mídia americana, era tido como o campo de batalha mais decisivo da eleição. Apesar de grandes expectativas nem sempre serem comprovadas pela prática, Ohio foi de fato o momento decisivo. Por volta das 1h45 (horário de Brasília), começaram a sair as primeiras projeções da vitória de Obama no Estado. Esse resultado dava a ele 274 delegados pelas projeções e, consequentemente, a reeleição. Confirmava-se assim a "verdade" de que nenhum candidato republicano consegue chegar à Casa Branca sem vencer em Ohio - esse feito só foi alcançando por dois democratas desde a virada do século XX.

Na Flórida, a eleição foi acirradíssima. Durante as primeiras horas da votação, Obama e Romney se alternaram na frente, mas nenhum deles conseguia abrir uma vantagem definitiva que permitisse qualquer projeção. E o impasse foi até o fim. Com a totalidade das urnas praticamente contabilizadas, o democrata tem vantagem de 46 mil votos, em um universo de mais de 8 milhões de votos.

No início de outubro, com o crescimento de Romney nas pesquisas, alguns órgãos, como a rede notícias CNN, passaram a considerar a Carolina do Norte como pendendo para o republicano. Ao fim, este seria o único Swing State vencido por ele. Com 100% das urnas apuradas, Romney obteve 50,6% dos votos, contra 48,4% de Obama - outros somaram 1%.

A corrida da Virgínia chegou a apresentar grande vantagem, superior a 15% em muitos momentos, no início da apuração. Mas à medida em que os votos de condados mais urbanos no norte do Estado eram contabilizados, Obama recuperava espaço ante o opositor. Ao fim, com 100% das urnas apuradas, Obama obteve 50,8% dos votos, contra 47,8% de Romney. Outros somaram 1,4%.

Em Wisconsin, a expectativa das últimas semanas já era de vitória de Obama, mas esperava-se uma disputada acirrada, o que de fato se viu no início da apuração. No entanto, quanto mais votos entravam, mais a situação se tornava confortável para o democrata. Com 100% dos votos apurados, o resultado final aponta 52,8% para Obama, 46,1% para Romney e 1,1% para outros candidatos - a maior diferença registrada nos Swing States.

Colorado e Iowa também foram grandes decepções para os republicanos. No primeiro, Obama abriu uma vantagem de quase 100 mil votos. Apesar de apenas 77% das urnas locais terem sido apuradas, a expectativa é que os atuais percentuais, Obama 51% e Romney 46,8%, se mantenham até o fim da apuração. Em Iowa, já com 100% das urnas apuradas, Obama obteve 52,1% dos votos, contra 46,5% de Romney. Outros candidatos somaram 2,1% no Colorado e 1,3% em Iowa.

Margens amplas também foram verificadas em Nevada e New Hampshire. Apesar de somarem apenas 10 votos no Colégio Eleitoral, a campanha foi intensa nos dois Estado com a expectativa de que eles pudessem vir a decidir o pleito, o que acabou não se confirmando nas urnas. Com 99% dos votos apurados, Obama venceu em Nevada por por 52,3% contra 45,7% de Romney, outros candidatos somaram 2%. Em New Hampshire, o presidente está com 52% e Romney com 46,7% - 90% das urnas foram apuradas.

Campanhas milionárias

Para se ter uma ideia de quão concentrada foi a campanha nestes Estados, basta olhar para o dinheiro investido neles. Um levantamento da rede de notícias CNN e do Google aponta que US$ 506 milhões foram gastos pelas duas campanhas em anúncios de televisão no país. Desse total, US$ 109 milhões foram gastos na Flórida, o maior dos Swing States com 29 votos no Colégio Eleitoral em jogo. No menor deles, New Hampshire (4 votos), US$ 7,23 milhões foram gastos. Segundo o estudo, nenhum centavo foi gasto na Califórnia, Texas e Nova York somados. Estes três Estados possuem 122 votos, mas a corrida ali já era considerada favas contadas.

Fonte: Terra
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