Impulso da convenção faz Romney assumir liderança em pesquisa
30 ago2012 - 18h39
(atualizado às 20h11)
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Mitt Romney assumiu uma ligeira vantagem sobre o democrata Barack Obama na disputa presidencial norte-americana, aproveitando a visibilidade conferida pela Convenção Nacional Republicana desta semana, segundo pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta quinta-feira.
Romney começou a semana com 42%, quatro pontos percentuais atrás de Obama, que tinha 46%, de acordo com a primeira etapa da pesquisa, que é atualizada diariamente com a substituição de parte da amostra. Mas, no levantamento desta quinta-feira, o republicano já aparece à frente com 44%, contra 42% das intenções de voto de Obama, entre entrevistados inclinados a votar no dia 6 de novembro.
A convenção partidária realizada em Tampa, na Flórida, colocou o ex-governador de Massachusetts sob os holofotes, e nesta quinta-feira à noite ele faz o discurso em que aceitará formalmente a candidatura. A pesquisadora do Ipsos, Julia Clark, disse que os resultados mostram que Romney está se beneficiando da cobertura do evento partidário de três dias. "Eu diria que a convenção está indo muito bem para ele", afirmou.
Os "empurrões" dados pelas convenções geralmente são efêmeros. Como Obama deve aceitar oficialmente a indicação democrata a um novo mandato na convenção partidária da semana que vem, na Carolina do Norte, a tendência é de que o atual presidente recupere o terreno perdido. Mas a pesquisa contribui para a impressão de que a disputa entre Romney e Obama será acirrada, com uma frenética movimentação das duas campanhas para mobilizar os ativistas de cada partido e convencer o eleitorado indeciso nos Estados mais estratégicos.
A pesquisa Reuters/Ipsos também indicou uma lenta melhora no índice de "gostabilidade" de Romney, dois dias depois de a mulher dele, Ann, fazer um discurso exaltando as qualidades do candidato e declarando que "esse homem não irá falhar". O índice de "gostabilidade" de Romney passou de 26% na segunda-feira para 30% nesta quinta-feira, mas ele ainda está 20 pontos percentuais atrás de Obama nesse quesito.
Romney é visto como "boa pessoa" por 32% dos entrevistados, três pontos percentuais a mais do que na segunda-feira. Obama tem vantagem de dez pontos nessa categoria. O candidato republicano, 65 anos, baseia sua campanha em promessas de recuperação econômica e geração de empregos. A pesquisa mostra que esse filão é promissor para o oposicionista, já que 76% dos entrevistados acham que a economia do país está no caminho errado.
A pesquisa Reuters/Ipsos, feita pela Internet junto a 1.481 eleitores registrados, tem um intervalo de credibilidade de 2,9 pontos percentuais para mais ou menos.
Historicamente, o Partido Republicano não tem muito sucesso entre os jovens, mas eventualmente aparecem exceções. Uma delas é Evan Draim, que, com 17 anos, é o delegado mais jovem da Convenção Republicana de 2012. Crítico de Obama, Draim apoia Romney em nome de um futuro com emprego e sem dívidas. "Quando Obama assumiu a presidência, não possuía um histórico próprio para lidar com a crise econômica. (...) Mitt Romney, sim, tem este passado, e nele os jovens podem confiar"
Foto: Terra
Amy Kremer, uma das fundadoras do movimento conservador Teay Party, com sua filha Kylie em frente à Convenção Republicana. Apesar dos números femininos favoráveis a Obama e de uma suposta guerra dos republicanos contra as feministas, diz ela, o GOP nada tem contra a participação das mulheres na política. Prova seria a presença feminina em Tampa. "Não discuto questões sociais, a minha prioridade é a economia e a criação de empregos", diz Amy
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Michael M. O'Brien é um dos conservadores mais passionais de Washington. "O fato de Romney ser mórmon me incomoda e não acho que ele seja suficientemente conservador. Além disso, ele não é firme nas suas opiniões", diz o católico empresário e escritor, que chegou de Porsche a Tampa. "Obama é um mentiroso e estou aqui em Tampa só para apoiar seu opositor, não importa quem seja. Até mesmo se os EUA ficassem sem presidente seria melhor do que ter mais quatro anos de Obama"
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Ana Puig foi para os Estados Unidos com pouco, estudou, trabalhou e cresceu na vida. Em 2008, quando viu que Obama seria candidato, começou a atuar na política e se alistou às fileiras do Tea Party. "Sempre fui conservadora e acho que o governo não deve ser envolver na nossa vida. Cada um deve tomar conta de si e não depender de dinheiro dado pelo governo", conta ela, hoje profissional de marketing
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
A Igreja Mórmon, da qual Mitt Romney é membro, não aceita o casamento homossexual. Isso, no entanto, não impede que membros do Log Cabin, único movimento gay do Partido Republicano em Tampa, descartem o voto em Romney. "Independentemente das posições políticas, as pessoas estão preocupadas com como pagar o aluguel ou a prestação da casa e por comida na mesa", resume R. Clarke Cooper, diretor-executivo do movimento
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
O estudante universitário, Bryn Dennehy, ainda não se conformou que seu candidato, Ron Paul, não foi nomeado nem poderá ter o nome incluído na cédula da eleição presidencial americana e veio de Oregon à Tampa para protestar. "Em 6 de novembro vou escrever o nome de Ron Paul na cédula", afirma. O estudante diz que o grande apelo de Paul entre os jovens é que o político libertário é contra a intervenção militar americana em outros países e a favor da legalização das drogas
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
"Sou o mais liberal dos democratas, mas votarei no Mitt Romney", diz Bob Kunst, judeu ativista pró-Israel. Pela primeira vez, o manifestante está fazendo campanha para colocar um republicano na Casa Branca. "Meu voto é para defender os Estados Unidos, Israel e, acima de tudo, minha religião"
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Com grande esperança de vendas, o comerciante Richard Moore abriu uma loja temporária em Tampa durante a Convenção Nacional Republicana. Ele oferece produtos para agradar tanto republicanos quanto democratas. "Estamos atendendo cerca de 500 visitantes por dia, mas quase ninguém está comprando produtos pró-Obama", diz. Na semana que vem, Richard estará em Charlotte, na Carolina do Norte, para a Convenção Democrata; lá, ele espera dar vazão ao estoque democrata
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Sem crachás e solitário, Rich Beeson se parece com um qualquer em Tampa, mas é tão próximo de Romney que, se espirrar, o candidato fica gripado. "Esta campanha será sobre a economia, e ponto", diz Beeson, diretor nacional de política da campanha republicana de 2012 e que já atuara como diretor de política do comitê nacional republicano em 2008. "Esta batalha está tão parelha que não se consegue deslizar um alfinete entre Mitt e Obama. Estamos muito confiantes e preparados para briga"
Foto: Terra
A fazendeira Elaine Adams foi de Kansas a Tampa mostrar seu apoio à candidatura de Mitt Romney. "Romney tem a experiência necessária para tirar o país dessa bagunça. Os fazendeiros estão todos com Romney, pois fazendas são negócios e Romney é pró-negócios". Segundo Elaine, Kansas, que tradicionalmente sempre foi um Estado conservador, está ainda mais republicano nesta eleição presidencial
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
O brasileiro Charlie Gerow, analista e estrategista político, é delegado republicano pelo Estado da pela Pensilvânia. Nasceu em Londrina e passou parte da infância em Niterói. Adotado por missionários americanos que passaram alguns anos no Brasil, ele luta pela eleição de Mitt Romney, de olho também nos interesses do Brasil. "Se Romney for eleito, vou batalhar por um relacionamento fantástico entre os Estados Unidos e o Brasil."
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
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