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Oriente Médio

Após reeleição, Obama enfrenta desafio de unir um país dividido

7 nov 2012 - 11h32
(atualizado às 12h16)
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O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, terá a difícil missão de unir um país praticamente dividido após a longa, custosa e disputada campanha pela Casa Branca. O democrata reconheceu, durante seu discurso de vitória no Centro de Convenções McCormick Apraz, em Chicago, que terá um "longo trabalho pela frente" nos próximos quatro anos.

Emocionado, o presidente americano falou sobre a vitória para milhares de apoiadores em Chicago
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Foto: AP

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Na lista de tarefas pendentes, Obama destacou a redução do déficit do país, a reforma do sistema tributário, a aprovação de uma reforma migratória e o final da dependência do petróleo estrangeiro. O presidente reeleito não esqueceu também da necessidade de criar mais empregos e iniciar medidas que ofereçam oportunidades à classe média.

Mas o tema de maior destaque durante o discurso, quando foi recebido por seguidores fiéis e entusiastas, foi a necessidade de uma maior unidade no país. "Esta noite, mais de 200 anos depois que uma ex-colônia ganhasse o direito de determinar seu próprio destino, a tarefa de aperfeiçoar nossa união nos impulsiona para frente", disse.

Com relação ao povo americano, que segura a bandeira do individualismo, lembrou que o que permitiu ao país superar momentos difíceis, foi a convicção que "embora cada um persiga seus sonhos individuais", há uma família americana "que triunfa ou fracassa junta, como uma nação e como um povo".

A polarização que o país vive entre republicanos e democratas se aprofundou durante a recente campanha presidencial, na qual tanto Obama como Romney fizeram questão de ressaltar suas diferentes visões para o futuro do país.

Incidentes como o protagonizado por Romney durante um ato privado de arrecadação de fundos no qual disse, sem saber que estava sendo filmado, que 47% dos americanos são parasitas sociais que vivem do governo, ilustram a luta entre esses dois mundos.

Obama também acentuou em seus discursos a distinção entre "nós", a classe média, e "eles", os ricos e privilegiados como Romney. Se Obama contou com o apoio majoritário de hispânicos, afro-americanos, mulheres e jovens, Romney ganhou muitos votos de brancos, especialmente homens.

Com esse panorama como cenário de fundo, e a ameaça de novas lutas partidárias entre o Congresso e a Casa Branca, Obama diz que seu segundo mandato é uma chamada à unidade. "Espero trabalhar com líderes de ambos os partidos para solucionar os desafios que só podemos resolver juntos", indicou.

Obama ainda disse que pretende sentar com Romney, em breve, para ver como o republicano pode colaborar para impulsionar o país.

O presidente reeleito insistiu que, apesar de "todas" as diferenças, a maioria dos americanos compartilha interesses comuns para o futuro dos Estados Unidos, como o desejo de que os mais jovens cresçam em um país que ofereça a melhor educação possível e viver em uma nação que "não seja marcada pela desigualdade".

"Encontramos um país generoso, compassivo, tolerante, aberto aos sonhos dos filhos de imigrantes que querem estudar em nossas escolas e que honrem nossa bandeira", disse.

Obama, que faltando os números finais obteve pelo menos 303 dos 270 votos no colégio eleitoral necessários para assegurar a Presidência, usou também a mensagem pronunciada durante a convenção democrata de 2004, em Boston, que o lançou à cena política nacional. "Não importa se você é negro, branco, hispânico ou asiático, jovem ou velho, rico ou pobre, capaz ou incapacitado, homossexual ou heterossexual. Qualquer um pode realizar seu sonho nos EUA se estiver disposto a tentar", concluiu.

Só resta saber se nos próximos quatro anos as palavras de Obama serão cumpridas e o país ficará mais unido.

EFE   
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