Ann Romney fala sobre amor e pede que EUA confiem em Mitt
29 ago2012 - 00h09
(atualizado às 12h26)
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Penúltima a falar no segundo dia da Convenção Nacional do Partido Republicano em Tampa, na Flórida, Ann Romney, mulher de Mitt e principal atração da noite, fez um discurso baseado no amor, na família e na confiança. "Não quero falar sobre política ou partidos. (...) Quero falar sobre meu coração, nossos corações", disse Ann, abrindo um discurso emocional sobre sua vida ao lado do republicano, mais cedo confirmado pelos delegados como o nome republicado na corrida pela Casa Branca.
O discurso de Ann teve como objetivo humanizar Romney como marido, pai e pessoa solícita. Começando com detalhes sobre a noite da adolescência quando se conheceram em um baile, passando pelos esforços de ambos no início da vida de casal e enaltecendo a dedicação do marido, Ann declarou amor e satisfação de viver ao lado de Romney, argumentando ser esta a sensação que quer compartilhar com todos os Estados Unidos.
"Ninguém trabalhará mais que Mitt Romney para fazer deste país um melhor lugar para se viver", disse. "Esse homem não falhará. (...) Esse é o nosso país, esse é o nosso futuro. Esses são nossos filhos e netos. Vocês podem confiar em Mitt", prometeu, até ser resgatada do palco pelo próprio Romney, provocando uma intensa salva de palmas e assobios. "Que deus abençoe vocês, e que deus abençoe os Estados Unidos", finalizou.
O segundo dia da convenção republicana foi encerrada com a participação de Chris Christie, governador de Nova Jersey - Estado do Leste Americano, área tradicionalmente tomada pelos democratas. Antes de Ann foi a vez de Rick Santorum, último pré-candidato republicano a deixar as primárias do Grand Old Party (GOP, como é chamado o Partido Republicano). "Nós podemos restaurar o sonho americano", disse Santorum em um discurso ancorado nos valores familiares, que abriu espaço para Ann.
Mitt Romney foi confirmado hoje o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos. Sem qualquer surpresa, o ex-governador do Massachusetts angariou os votos de 2.061 delegados, número muito superior aos 1.144 necessários. Após um dia festivo, de discursos bastante emocionais e ataques ao presidente Barack Obama, a quarta-feira de Tampa contará com discursos do vice de Romney, Paul Ryan; do candidato à presidência em 2008, John McCain; e da ex-secretária de Estado, Condoleeza Rice.
Romney só deve discursar na quinta, último dia da convenção, quando aceitará a nomeação, finalizando a formalidade da convenção em Tampa.
Historicamente, o Partido Republicano não tem muito sucesso entre os jovens, mas eventualmente aparecem exceções. Uma delas é Evan Draim, que, com 17 anos, é o delegado mais jovem da Convenção Republicana de 2012. Crítico de Obama, Draim apoia Romney em nome de um futuro com emprego e sem dívidas. "Quando Obama assumiu a presidência, não possuía um histórico próprio para lidar com a crise econômica. (...) Mitt Romney, sim, tem este passado, e nele os jovens podem confiar"
Foto: Terra
Amy Kremer, uma das fundadoras do movimento conservador Teay Party, com sua filha Kylie em frente à Convenção Republicana. Apesar dos números femininos favoráveis a Obama e de uma suposta guerra dos republicanos contra as feministas, diz ela, o GOP nada tem contra a participação das mulheres na política. Prova seria a presença feminina em Tampa. "Não discuto questões sociais, a minha prioridade é a economia e a criação de empregos", diz Amy
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Michael M. O'Brien é um dos conservadores mais passionais de Washington. "O fato de Romney ser mórmon me incomoda e não acho que ele seja suficientemente conservador. Além disso, ele não é firme nas suas opiniões", diz o católico empresário e escritor, que chegou de Porsche a Tampa. "Obama é um mentiroso e estou aqui em Tampa só para apoiar seu opositor, não importa quem seja. Até mesmo se os EUA ficassem sem presidente seria melhor do que ter mais quatro anos de Obama"
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Ana Puig foi para os Estados Unidos com pouco, estudou, trabalhou e cresceu na vida. Em 2008, quando viu que Obama seria candidato, começou a atuar na política e se alistou às fileiras do Tea Party. "Sempre fui conservadora e acho que o governo não deve ser envolver na nossa vida. Cada um deve tomar conta de si e não depender de dinheiro dado pelo governo", conta ela, hoje profissional de marketing
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
A Igreja Mórmon, da qual Mitt Romney é membro, não aceita o casamento homossexual. Isso, no entanto, não impede que membros do Log Cabin, único movimento gay do Partido Republicano em Tampa, descartem o voto em Romney. "Independentemente das posições políticas, as pessoas estão preocupadas com como pagar o aluguel ou a prestação da casa e por comida na mesa", resume R. Clarke Cooper, diretor-executivo do movimento
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
O estudante universitário, Bryn Dennehy, ainda não se conformou que seu candidato, Ron Paul, não foi nomeado nem poderá ter o nome incluído na cédula da eleição presidencial americana e veio de Oregon à Tampa para protestar. "Em 6 de novembro vou escrever o nome de Ron Paul na cédula", afirma. O estudante diz que o grande apelo de Paul entre os jovens é que o político libertário é contra a intervenção militar americana em outros países e a favor da legalização das drogas
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
"Sou o mais liberal dos democratas, mas votarei no Mitt Romney", diz Bob Kunst, judeu ativista pró-Israel. Pela primeira vez, o manifestante está fazendo campanha para colocar um republicano na Casa Branca. "Meu voto é para defender os Estados Unidos, Israel e, acima de tudo, minha religião"
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Com grande esperança de vendas, o comerciante Richard Moore abriu uma loja temporária em Tampa durante a Convenção Nacional Republicana. Ele oferece produtos para agradar tanto republicanos quanto democratas. "Estamos atendendo cerca de 500 visitantes por dia, mas quase ninguém está comprando produtos pró-Obama", diz. Na semana que vem, Richard estará em Charlotte, na Carolina do Norte, para a Convenção Democrata; lá, ele espera dar vazão ao estoque democrata
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Sem crachás e solitário, Rich Beeson se parece com um qualquer em Tampa, mas é tão próximo de Romney que, se espirrar, o candidato fica gripado. "Esta campanha será sobre a economia, e ponto", diz Beeson, diretor nacional de política da campanha republicana de 2012 e que já atuara como diretor de política do comitê nacional republicano em 2008. "Esta batalha está tão parelha que não se consegue deslizar um alfinete entre Mitt e Obama. Estamos muito confiantes e preparados para briga"
Foto: Terra
A fazendeira Elaine Adams foi de Kansas a Tampa mostrar seu apoio à candidatura de Mitt Romney. "Romney tem a experiência necessária para tirar o país dessa bagunça. Os fazendeiros estão todos com Romney, pois fazendas são negócios e Romney é pró-negócios". Segundo Elaine, Kansas, que tradicionalmente sempre foi um Estado conservador, está ainda mais republicano nesta eleição presidencial
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
O brasileiro Charlie Gerow, analista e estrategista político, é delegado republicano pelo Estado da pela Pensilvânia. Nasceu em Londrina e passou parte da infância em Niterói. Adotado por missionários americanos que passaram alguns anos no Brasil, ele luta pela eleição de Mitt Romney, de olho também nos interesses do Brasil. "Se Romney for eleito, vou batalhar por um relacionamento fantástico entre os Estados Unidos e o Brasil."