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Dilma afirma que visita aos EUA depende das explicações de Obama

6 set 2013 - 12h58
(atualizado às 17h31)
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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que sua próxima visita aos Estados Unidos depende das explicações de seu colega americano, Barack Obama, sobre a suposta espionagem dos EUA em torno de suas comunicações pessoais.

Obama "se comprometeu a responder ao Governo brasileiro antes da próxima quarta-feira" sobre a suposta espionagem de agências de inteligência americanas a seus e-mails e ligações, declarou a chefe de Estado em entrevista coletiva em São Petersburgo, onde participou da Cúpula do G20.

No marco dessa reunião, Dilma teve um encontro privado com Obama e pediu explicações sobre a espionagem da qual supostamente foi vítima, que foi denunciada pelo canal "Globo" com base em documentos obtidos pelo ex-analista da Agência Nacional de Segurança (ANS) dos EUA Edward Snowden.

Dilma confirmou que sua visita de Estado a Washington, prevista para 23 de outubro próximo, está condicionada às explicações que seu Governo exigiu da Casa Branca.

"Minha viagem a Washington depende das condições políticas criadas pelo presidente Obama", declarou, em referência às explicações sobre a espionagem de suas comunicações.

Dilma também assegurou que, durante sua participação na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, que será realizada neste mesmo mês, pretende propor que sejam adotadas normas mundiais para proteger a privacidade das comunicações de todos os cidadãos e autoridades do mundo.

Devido à suposta espionagem, Dilma cancelou a viagem que uma equipe de seu gabinete faria para Washington para começar a preparar sua visita aos Estados Unidos.

A missão, integrada por funcionários de protocolo da Presidência, devia partir amanhã, mas a governante suspendeu a viagem devido ao mal-estar que causado pela revelação de que as agências de inteligência americanas espionaram suas comunicações pessoais.

Os documentos foram entregues à "Globo" pelo jornalista Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "The Guardian", que reside no Rio de Janeiro, que por sua vez os obteve diretamente com Edward Snowden, asilado temporariamente na Rússia, onde aconteceu a reunião do G20.

Segundo esses documentos, os sistemas da ANS permitiram aos serviços de inteligência dos Estados Unidos conhecer o conteúdo das comunicações entre Dilma e dezenas de assessores, embora não tenha sido esclarecido a que tipo de informação tiveram acesso.

O Brasil reagiu com enorme indignação a essas revelações, convocou o embaixador dos Estados Unidos no país, Thomas Shannon, e exigiu explicações "rápidas e por escrito", que ainda não aconteceram.

EFE   
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