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Estados Unidos

Dez estados indecisos são fundamentais para vencer as eleições americanas

2 nov 2012 - 17h22
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Com o empate técnico mostrado pelas pesquisas, o segredo para ganhar as eleições presidenciais na próxima semana nos Estados Unidos está fundamentalmente em dez estados: os chamados "swing states" (estados indecisos).

Os especialistas concordam que a vitória será definida em Ohio, Colorado, Iowa, Virgínia, New Hampshire, Carolina do Norte, Nevada e, especialmente, na Flórida, desses, o estado com maior número de votos no Colégio Eleitoral (29, segundo o último censo).

Nas eleições de 2000, os 25 votos que a Flórida tinha no Colégio Eleitoral permitiram que George W.Bush chegasse à Casa Branca, apesar de em nível nacional ele ter recebido quase meio milhão de votos a menos que seu rival, Al Gore.

Nos EUA, cada estado tem um número preestabelecido de delegados (538 no total) de acordo com sua população, e são estes que, depois das eleições, e em função dos votos populares, escolhem o presidente e o vice-presidente.

O candidato mais votado em um estado receberá o apoio de todos os representantes estaduais (menos em Nebraska e no Maine, que distribuem o voto na seção eleitoral proporcionalmente). Daí a ser importante vencer nos estados mais povoados.

Como geralmente na maioria dos estados pode-se saber com antecedência qual candidato vai vencer, é importante para os rivais políticos vencer nos estados indecisos, especialmente nos mais populosos.

A poucos dias das eleições, segundo as últimas projeções eleitorais do jornal "The New York Times", Obama já teria 237 dos 270 votos necessários para ganhar, e Romney, 206, enquanto 95 serão definidos nos estados "indecisos".

A Flórida tem neste ano 29 votos no Colégio Eleitoral, seguida muito de longe por outros "swing states" como Ohio (18), Carolina do Norte (15), Virgínia (13), Wisconsin (10), Colorado (9), Iowa (6), Nevada (6) e New Hampshire (4).

Isso explica porque as campanhas estão fazendo um grande esforço para conquistar o voto da Flórida, um estado complicado no aspecto eleitoral e que nos últimos meses foi visitado em inúmeras ocasiões pelos candidatos e por personalidades envolvidas.

Apesar de na Flórida haver uma grande população latino-americana (22,5%), que tradicionalmente vota nos democratas, ela é composta em sua maioria por cubanos (6,5%), tradicionalmente republicanos, e porto-riquenhos (4,5%), que não são afetados pelas políticas migratórias americanas, um trunfo fundamental do governo Obama.

Nas últimas semanas, Romney parece ter tomado a frente na Flórida e a maioria das pesquisas lhe dão uma vantagem próxima a 2%.

Ohio é outro dos estados mais disputados pelos candidatos, já que também é tradicionalmente indeciso e conta com 18 votos no colégio eleitoral. Lá, a população hispânica só representa 3,1% (1,5% são mexicanos).

Com forte presença sindical no estado (o que favoreceria Obama), na última consulta eleitoral o partido republicano venceu e, segundo as pesquisas, ambos os candidatos estão empatados, embora com uma ligeira vantagem do atual líder.

Outros dos grandes estados indecisos são a Virgínia (13 votos, 7,9% de hispânicos), governada por um republicano e com uma crescente população hispânica; e a Carolina do Norte, cujo governador é democrata e também está vivendo uma explosão demográfica da população latino-americana (8,4%).

Segundo as últimas pesquisas divulgadas, Romney venceria no Colorado (20% de população hispânica), na Flórida, New Hampshire (2,8%), na Carolina do Norte e na Virgínia. São 70 votos no colégio eleitoral no total, com que venceria Obama nos estados indecisos.

O atual presidente só conseguiria os 40 votos fornecidos por Iowa (5%), Nevada (26,5%), Ohio e Wisconsin (5,9%).

Apesar dessa possível vitória nos "swing states", a princípio Romney não ganharia as eleições porque, até o momento, não chegaria a 270 votos no Colégio Eleitoral, mas tudo pode mudar até o último momento.

Por exemplo: no mesmo cenário, se Romney tirasse de Obama o voto de Ohio (onde nas pesquisas os dois aparecem com apenas dois pontos de diferença), o republicano ficaria automaticamente com a presidência americana.

Isso indica que nada será decidido até o último instante e que, diante de um empate técnico, a matemática será decisiva na noite das eleições de 6 de novembro.

EFE   
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