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Estados Unidos

Depoimentos em tribunal falam de mulheres abusadas por sequestrador de Cleveland

1 ago 2013 - 13h40
(atualizado às 14h14)
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Testemunhas depuseram em termos gráficos na quinta-feira sobre como o sequestrador de Cleveland, Ariel Castro, raptou três mulheres e as encarcerou por uma década em sua casa, onde às vezes ele as mantinha acorrentadas, isoladas umas das outras e sem refeições regulares.

Um policial, um psiquiatra e um detetive estavam entre os que testemunharam na audiência em que Castro, de 53 anos, deve ser sentenciado à prisão perpétua.

Usando algemas nos tornozelos e um macacão laranja da prisão, Castro ouviu os depoimentos sem demonstrar expressão.

Uma réplica em miniatura da casa de Castro foi montada no tribunal para ilustrar como ele manteve as mulheres encarceradas por tanto tempo, frequentemente isoladas umas das outras.

Castro se declarou culpado na semana passada de centenas de acusações criminosas para evitar a possibilidade da pena de morte. Ele deve ser sentenciado à prisão perpétua sem liberdade condicional, e a mais 1.000 anos.

A emissora de televisão WEWS de Cleveland divulgou na quinta-feira que Michelle Knight, que foi sequestrada por Castro em 2002, vai depor pessoalmente ainda na quinta-feira. Advogados das vítimas não tinham dito se elas vão testemunhar.

Autoridades disseram que Knight, a primeira mulher sequestrada por Castro, havia sofrido os maiores danos físicos do abuso.

Amanda Berry, de 27 anos, Gina DeJesus, de 23 e Knight de 32, desapareceram da parte oeste de Cleveland entre 2002 e 2004. Foram descobertas em 6 de maio depois que vizinhos ouviram os gritos de Berry pedindo socorro de dentro da casa de Castro.

A policial de Cleveland Barbara Johnson, que estava entre os primeiros policiais a chegar à cena naquele dia, testemunhou ter encontrado duas das mulheres na casa escura, subindo uma escada e atrás de uma cortina grossa, depois que respondeu à ligação de emergência.

Ela e um parceiro subiram a escada dizendo ser policiais de Cleveland. Não houve resposta imediata, mas depois de um curto período, ouviram passos e viram Knight.

"Ela literalmente se jogou nos braços (do policial)", disse Johnson.

Johnson contou que as mulheres lhe disseram que Berry tinha dado à luz uma filha de Castro enquanto estava presa na casa. Knight ajudou no parto, e Castro ameaçou matá-la se a bebê morresse, disse Johnson.

As mulheres falaram pouco desde que foram libertadas, divulgando um vídeo curto expressando gratidão pelo apoio que receberam e pedindo privacidade. Berry foi a um show em Cleveland no sábado e acenou para a multidão.

Em um relatório divulgado na quarta-feira, os promotores descrevem uma vida sombria de ataques físicos e mentais constantes e isolamento depois que as mulheres foram sequestradas.

Elas eram separadas umas das outras e geralmente ficavam acorrentadas. Recebiam apenas uma refeição por dia e tomavam um ou dois banhos por semana, e tinham que usar pequenos vasos sanitários de plástico que nem sempre eram esvaziados.

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