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Estados Unidos

Democratas e republicanos dos EUA comemoram morte de Kadafi

20 out 2011 - 16h49
(atualizado às 17h18)
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Políticos democratas e republicanos dos Estados Unidos, entre eles senadores, governadores e pré-candidatos à Presidência, comemoraram nesta quinta-feira a morte do ex-líder Muammar Kadafi e concordaram que o desaparecimento do ex-ditador abre caminho para uma nova Líbia. O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, o democrata John Kerry, celebrou a morte de Kadafi, que em sua opinião implica "o fim de seu reinado de terror e a promessa de uma nova Líbia".

Kerry, um dos primeiros defensores de uma zona de exclusão aérea da Líbia, disse nesta quinta-feira em comunicado que os Estados Unidos demonstraram uma liderança lúcida, paciência e previsão ao pressionar a comunidade internacional para que entrasse em ação depois que o ex-ditador anunciou um massacre do povo líbio. "Embora o governo tenha sido criticado tanto por avançar rápido demais como por não fazê-lo o suficiente, é inegável que a campanha da Otan impediu um massacre", afirmou Kerry, referindo-se à ofensiva ocidental na Líbia.

Ele considerou ainda que a captura e morte de Kadafi é "uma vitória para o multilateralismo e o êxito da formação de coalizões, em desafio dos que zombavam da Otan e predisseram um resultado muito diferente". "Kadafi negou à Líbia os alicerces da democracia e, em seu lugar, deixa um legado de crueldade e o isolamento internacional. Este é um momento extraordinário, mas os dias por vir não serão fáceis", advertiu o senador, aludindo às revoluções no Norte da África e no Oriente Médio.

"Peço aos líderes do Conselho Nacional de Transição (CNT, líbio) para iniciar a transição política rumo a um governo permanente, eleito democraticamente. E peço à comunidade internacional que continue apoiando o povo líbio e apoie a criação de instituições viáveis de Governo", acrescentou Kerry. Já o pré-candidato presidencial republicano Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts, destacou que "o mundo é um lugar melhor" sem Muammar Kadafi.

"Acho que já era hora. Kadafi foi um terrível tirano que matou seu próprio povo e assassinou muitos americanos na tragédia de Lockerbie", exclamou o político, referindo-se ao atentado de 1988 na Escócia contra um avião da companhia aérea Pan Am, que deixou 270 mortos. O também pré-candidato presidencial republicano e atual governador do Texas, Rick Perry, disse que a morte do ditador "deveria representar o fim do conflito" na Líbia e "contribuir para uma aproximação rumo às eleições e uma democracia real".

Perry qualificou a morte do coronel líbio como "boas notícias" e insistiu que os Estados Unidos devem ter um papel ativo para recuperar as armas que ainda permanecem nas mãos das tropas leais a Kadafi. Enquanto isso, o senador e ex-candidato republicano à presidência John McCain considerou que sua morte "marca o fim da primeira fase da revolução líbia" e disse que, embora alguns combates continuem, "o povo líbio libertou seu país e agora pode concentrar todo seu imenso talento no fortalecimento de sua união nacional, na reconstrução de seu país e sua economia".

"Os EUA, junto com nossos aliados europeus e os parceiros árabes, devem agora aprofundar o apoio ao povo líbio, que trabalha para a fase seguinte de sua revolução democrática", declarou o senador.

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

EFE   
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