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Estados Unidos

Corte dos EUA renova controverso programa de vigilância

20 jul 2013 - 21h55
(atualizado às 22h29)
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Um tribunal secreto norte-americano renovou a autoridade do governo para realizar um controverso programa de vigilância telefônico exposto por Edward Snowden. A decisão do painel, tornada pública na sexta-feira, em uma medida sem precedentes, extende o programa, que afeta milhões de americanos, por três meses, disse o Escritório do Diretor Nacional de Inteligência, ou ODNI, na sigla em inglês, em um comunicado.

Edward Snowden e a espionagem da NSA

 

"Em face de um significativo e contínuo interesse público sobre o programa de coleta de metadados telefônicos, o DNI (Diretor de Inteligência Nacional) decidiu divulgar publicamente que o governo apresentou um pedido ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira para renovar a autoridade para coletar dados telefônicos em massa, o que foi aprovado pela corte", disse o comunicado.

Snowden, um ex-funcionário terceirizado da Agência Nacional de Segurança (NSA), gerou indignação, no começo de junho, ao divulgar ao jornal The Guardian que, com uma autorização secreta, Washington estava coletando gravações telefônicas de milhões de clientes da empresa Verizon nos Estados Unidos.

 

 

Espionagem americana no Brasil

Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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