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Oriente Médio

Contra a Al-Qaeda, Hillary faz visita surpresa ao Iêmen

11 jan 2011 - 08h23
(atualizado às 14h18)
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, desembarcou nesta terça-feira no Iêmen, para uma visita surpresa, com o objetivo de ajudar o presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, a combater a Al-Qaeda, através da realização de reformas políticas e sociais.

Hillary Clinton conversa com o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, no palácio presidencial, em Sanaa
Hillary Clinton conversa com o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, no palácio presidencial, em Sanaa
Foto: Reuters

Importantes medidas de segurança foram adotadas durante a visita, de algumas horas. A secretária de Estado chegou a Sanaa procedente dos Emirados Árabes Unidos, onde iniciou domingo uma viagem que a levará também a Omar e ao Qatar.

Segundo a embaixada americana em Sanaa, Hillary, "trouxe mensagem de parceria de longo prazo". Primeira chefe da diplomacia americana a visitar o Iêmen em mais de 20 anos, Hillary se encontrou com o presidente Saleh para "trocar ideias a respeito de assuntos prementes e discutir interesses comuns", segundo um comunicado divulgado pela embaixada.

"Agiremos junto com o Iêmen e outros países do Golfo contra a ameaça do terrorismo, especialmente da Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA)", que tem base no Iêmen e é dirigida por iemenitas e sauditas, afirmou Hillary, ao desembarcar.

Explicou que os Estados Unidos têm, agora, um "olhar mais equilibrado" da ajuda ao Iêmen, destinando grande parte dela ao desenvolvimento social, econômico e político.

"Enfrentamos uma ameaça comum da parte dos terroristas e da Al-Qaeda, mas nossa parceria extrapola o contraterrorismo", disse Hillary em comunicado, após um encontro de duas horas com o presidente iemenita.

"Estamos atentos não apenas às ameaças de curto prazo, mas aos desafios do longo prazo", disse ela, ao lado de Saleh. "Somos em favor de um processo político inclusivo que, por sua vez, fomente um Iêmen unificado, próspero, estável, democrático".

A AQPA assumiu a responsabilidade pelo atentado frustrado cometido por um nigeriano contra um avião de carreira americano a caminho de Detroit (norte dos Estados Unidos) no Natal de 2009. A AQPA também enviou, a partir do Iêmen, no final de outubro, pacotes-bomba aos Estados Unidos e descobertos antes que explodissem.

Além da ameaça da Al-Qaeda, o presidente Ali Abdullah Saleh enfrenta rebelião no norte a um movimento separatista no sul e a uma crise econômica agravada pelo esgotamento dos recursos do país em petróleo. Vários analistas temem que o Iêmen possa se tornar uma nova Somália.

A Al-Qaeda é cada vez mais ativa no Iêmen, onde nos últimos meses foram multiplicados seus sangrentos ataques contra as forças de segurança. Segundo um funcionário do Departamento de Estado, os Estados Unidos forneceram, em 2010, ao país, ajuda ao desenvolvimento de um total de US$ 130 milhões e outra militar, de US$ 170 milhões.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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