Cidade nos EUA proíbe debate em classe sobre Michael Brown
O superintendente responsável pelas escolas do distrito de Edwardsville, no estado de Illinois, nos Estados Unidos, proibiu qualquer qualquer discussão em classe sobre Michael Brown - o jovem negro morto a tiros na cidade de Ferguson por policiais brancos, quando estava desarmado - ou sobre os protestos organizados pela comunidade negra na cidade após o assassinato. As informações são do Washington Post.
O superintendente Ed Hightower tomou a decisão após pais de alunos reclamarem que alguns professores estavam exprimindo suas opiniões pessoais durante discussões sobre o tema em sala de aula.
Hightower afirmou que é normal existirem debates em sala de aula sobre temas da atualidade, mas "este caso de Ferguson se transformou em uma situação em que tantos fatos ainda são desconhecidos", disse. Ele falou que os professores foram orientados a não discutir sobre o assunto e mudar o foco do debate caso algum estudante proponha a pauta.
Outros educadores vão no sentido contrário, argumentando que os professores não devem ignorar os eventos que ocorrem em Ferguson e devem pensar na melhor forma de abordar o assunto. O professor veterano David B. Cohen criticou a decisão de Hightower, "eu acho que devemos deixar de lado o plano de aula, ou revisá-lo. Claro que de forma cuidadosa e pensada. Um professor deve conhecer os estudantes, a comunidade, e tem que ter a sensibilidade de tratar qualquer assunto que esteja se sobrepondo à aula planejada. Se você simplesmente ignora momentos tão significativos para a comunidade e continua com o que foi traçado, você priva o aluno de aprender outras lições valiosas e duradouras, além de passar a mensagem de que a escola está separada do 'mundo real'".
