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Política

Brasil é exemplo do que "corrupção faz a um país", dizem EUA

3 mai 2016 - 17h30
(atualizado às 17h54)
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Foto: Getty Images

A secretária de Comércio dos Estados Unidos, Penny Pritzker, afirmou nesta terça-feira que a crise política no Brasil é um exemplo de "o que a corrupção pode fazer a um país", e que levará tempo superar os efeitos "desestabilizadores" gerados pelo processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

"O Brasil é um país maravilhoso (...) e estamos vendo as implicações do que a corrupção pode fazer a um país, e tão rápido, de forma desestabilizadora", disse Pritzker durante a 46ª Conferência das Américas realizada no Departamento de Estado dos EUA, em Washington.

"É um país enorme, e é extremamente importante para a região. Nossa esperança é que possam superar isto, mas me parece que vai levar tempo", acrescentou a titular de Comércio em referência à crise econômica e ao processo para cassar o mandato de Dilma.

Até agora, o governo de Barack Obama tinha feito poucos comentários sobre a crise política no Brasil, limitando-se a indicar que considera as instituições do país suficientemente maduras para abordar a crise atual de forma democrática e de acordo com a Constituição brasileira.

Pritzker falou também sobre a relação com a Argentina sob o novo governo de Mauricio Macri, e disse que o país "avançou muito rapidamente" para "dar a volta em sua economia".

"Têm o potencial de desempenhar um papel de liderança (no continente), particularmente em um momento no qual muitos de seus vizinhos têm muitos problemas", opinou Pritzker.

Em relação ao Tratado Transpacífico (TPP), assinado por 12 países em fevereiro, disse confiar que o Congresso americano possa aprová-lo "este ano" para que possa entrar em vigor.

"O TPP é uma oportunidade para desbloquear mais crescimento, estruturas que permitirão continuar crescendo" em todo o continente, garantiu Pritzker.

"O isolamento não funciona, e menos ainda em um entorno onde todos estamos conectados", completou.

A funcionária americana comentou ainda que o continente se divide em duas tendências: uma de "abertura e comércio, refletida nos países que fazem parte do TPP, na Aliança do Pacífico e na recente mudança na Argentina", e outra "mais fechada e protecionista, que se reflete mais nos países do Mercosul".

Sobre Cuba, um país que visitou duas vezes nos últimos dois anos, a titular de Comércio dos EUA se mostrou otimista sobre a eventual suspensão do embargo.

"À medida que haja mais relações, haverá mais pressão para que se suspenda o embargo, mas o governo cubano tem que atuar também. Há mudanças e reformas que acredito que vão ter de fazer para que finalmente o Congresso (dos EUA) acabe com o embargo", concluiu Pritzker.

EFE   
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