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Política

Bob Kennedy em 62: Goulart é malandro, mas não muito esperto

Nova transcrição de fitas da Casa Branca mostra o governo Kennedy conspirando ativamente para derrubar Goulart ainda dois anos antes do golpe militar

3 abr 2014 - 08h04
(atualizado em 29/4/2014 às 17h37)
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<p>Jango, ao lado de sua primeira-dama, no comício da Central do Brasil em 1964</p>
Jango, ao lado de sua primeira-dama, no comício da Central do Brasil em 1964
Foto: Reprodução

Um novo dossiê sobre o golpe militar de 1964 no Brasil, revelado pela ONG americana National Security Archives, mostra a opinião negativa de Robert Kennedy, irmão do então presidente americano, John, após a famosa reunião de 1962, em que ele intimou o presidente João Goulart a adotar uma política menos esquerdista. Segundo Bob Kennedy, Goulart "pareceu o tipo de político capcioso que não é o cara mais esperto do mundo () Ele acha que pegou a gente pelo saco e pode jogar com os dois lados, só fazer pequenas mudanças". 

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Por fim, o procurador-geral incitou o presidente a "pessoalmente" esclarecer a Goulart "que ele não podia manter os comunistas, e colocá-los em posições importantes, e fazer discursos criticando os Estados Unidos e, ao mesmo tempo, "receber (...) milhões de dólares dos EUA. Ele não pode conseguir as duas coisas".

Nos últimos anos, novos documentos têm mostrado que quase dois anos antes do golpe militar no Brasil, o presidente John F. Kennedy e seus principais assessores começaram a discutir seriamente a opção de derrubar o governo Jango. "As operações clandestinas de desestabilização política contra Goulart entre 1961 e 1964 são o buraco negro dessa hitória", afirmou Peter Kornbluh, analista do NSA e diretor do Projeto de Documentação sobre o Brasil da ONG, ligada à Universidade George Washington.

Os documentos revelados nesta semana pelo NSA mostram a decisão de Kennedy de criar um clima para o golpe e derrubar Goulart, caso ele não aceitasse as exigências de Washington para que parasse de "brincar" com o que Kennedy dizia ser "antiamericanos ultrarradicais" no governo brasileiro. Gravações feitas na Sala Oval da Casa Branca em 30 de julho de 1962, 8 de março e 7 de outubro de 1963, mostram o debate entre o alto escalão do governo americano sobre como criar uma estratégia para forçar Goulart a mudar suas políticas ou ser derrubado por um golpe apoiado pelos EUA.

Embora Goulart tivesse agido nos bastidores para negociar um fim para a crise dos mísseis cubanos, em 1962, a Casa Branca considerou insuficiente seu apoio aos esforços americanos para isolar Cuba na Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 13 de dezembro de 1962, Kennedy disse ao ex-presidente Juscelino Kubitschek que a situação no Brasil "o preocupava mais que a de Cuba". Dois dias antes, durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, ficara decidido que o país colaboraria com os opositores de Goulart e tentaria mudar sua postura.

Foi nesse momento que Kennedy enviou seu irmão, Robert Kennedy, para dar um ultimato a Goulart, em 17 de dezembro de 1962. Enquanto Goulart fazia uma longa defesa de suas políticas, Bob Kennedy passou um bilhete para Lincoln Gordon, o então embaixador dos EUA no Brasil, afirmando: "Parece que não estamos conseguido nada". Assim, em 7 de março de 1963, Bob Kennedy recomendou ao irmão apertar o cerco a Goulart, "deixando claro que levamos isso muito a sério, não estamos brincando, estamos dando um tempo para ele fazer essas mudanças, mas não podemos continuar isso pra sempre". Na mesma época, poucos meses antes de ser assassinado, o presidente instruiu seus assessores: "Precisamos fazer alguma coisa sobre o Brasil".

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Fonte: Especial para Terra
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