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Estados Unidos

Barack Obama mostra determinação sobre regulamentação das armas de fogo

19 dez 2012 - 16h49
(atualizado às 16h51)
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Barack Obama tem demonstrado sua determinação em avançar na sensível questão da regulamentação das armas de fogo e nomeou nesta quarta-feira seu vice-presidente Joe Biden à frente de um grupo de trabalho encarregado de formular propostas após o tiroteio da escola de Newtown.

Em um discurso na Casa Branca, cinco dias depois do massacre em uma escola primária de Connecticut, onde foram mortos 20 crianças e seis adultos, Obama disse que apoia o direito dos cidadãos de possuir armas, mas apenas dentro dos limites responsáveis, e que o país tem a "profunda obrigação de conter a violência armada".

Obama deseja assim recuperar uma regulamentação contra armas de assalto adotada por Bill Clinton em 1994, mas que foi abolida dez anos depois. Comovido pela tragédia de sexta-feira, pode até tentar ir mais longe.

A nomeação de Joe Biden para liderar um grupo de trabalho é a primeira iniciativa concreta nesse sentido.

Este grupo de trabalho deve analisar como regulamentar a venda de fuzis de assalto e de carregadores de alta capacidade. Ele também irá trabalhar em políticas relacionadas à saúde mental e a violência na cultura popular.

Na última sexta-feira, um jovem matou 20 crianças e seis adultos com um rifle de assalto na escola primária de Sandy Hook em Newtown (Connecticut, nordeste).

Rapidamente, a senadora democrata da Califórnia Dianne Feinstein afirmou que apresentaria ao Congresso uma lei para proibir a venda de armas de assalto, uma iniciativa que Barack Obama, recém-eleito Personalidade do Ano 2012 pela revista Time, "apoia ativamente".

A lei adota as linhas gerais daquela votada em 1994, sob a administração de Bill Clinton, mas que não foi renovada em 2004 pelo republicano George W. Bush.

Este texto possuía vários defeitos, principalmente porque não era retroativo e permitia aos proprietários de armas semi-automáticas mantê-las. Apenas a fabricação e venda de novas armas foram proibidas. Também envolvia um número limitado de modelos. Mas, ainda assim, as associações consideram a lei responsável pela diminuição das mortes por armas de fogo.

A lista de armas proibidas pela proposta da senadora Feinstein inclui fuzis e pistolas semi-automáticas, enquanto os carregadores com mais de 10 balas também foram proibidos - os de Adam Lanza, o atirador de Newtown, podiam conter muitos mais.

De acordo com este texto, que será apresentado no primeiro dia da próxima sessão do Congresso, em 3 de janeiro, por Feinstein, apenas as novas armas serão alvo da lei. O texto também isenta mais de 900 modelos utilizados para a caça ou fins desportivos, bem como armas antigas e manuais.

No entanto, as chances de aprovação dessa lei depende do apoio de muitos eleitos próximos do poderoso lobby das armas, a ARN, no Congresso, e principalmente os líderes republicanos da Câmara dos Deputados, sem o acordo dos quais nenhum texto pode chegar à câmara.

Assim, as propostas de lei sobre as armas não avançam (foram 10 depositadas em dois anos), e acabam sendo regularmente enterradas.

E o democrata Harry Reid, o homem forte do Senado como o líder da maioria que controla a agenda da instituição, votou contra a renovação da lei sobre as armas de assalto em 2004. Sem ir muito mais longe, desta vez ele prometeu um "debate para ver como alterar as leis".

Famoso por ter conduzido uma campanha de publicidade onde usava uma espingarda, o senador Joe Manchin, por quem a NRA pediu votos, se pocisionou em favor da reforma.

"Eu nunca pensei que iria ver tal massacre em minha vida, com 20 bebês", declarou na manhã de terça-feira à rádio NPR. "Ele mudou o país para sempre."

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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