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Estados Unidos

Autor de massacre em escola de Newtown permanece um enigma

15 dez 2012 - 17h40
(atualizado às 18h26)
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Ninguém sabe ainda o que transformou Adam Lanza de um fanático por informática em um monstro vestido de preto que assassinou, na sexta-feira, 26 pessoas, inclusive 20 crianças, em uma escola, após matar a própria mãe em casa.

Muitos conhecidos seus concordam que Lanza, de 20 anos, era tão calmo quanto a cidade de Newtown, cuja realidade ele próprio transformou com o massacre que cometeu na escola fundamental de Sandy Hook, um dos piores da história dos Estados Unidos.

Exceto o divórcio de seus pais, em 2008, seu passado sugere uma família bem formada e estável.

Conta-se que morava com a mãe, Nancy Lanza, nos arredores da cidade, em cuja escola ela trabalhou.

Seu pai é engenheiro-executivo na GE Capital, especializado em impostos, e seu irmão Ryan, de 24 anos, que inicialmente foi confundido com o assassino, também trabalha em assuntos tributários.

Uma foto que circula na internet identifica Adam como um jovem muito magro. O jornal The New York Times cita amigos que dizem que Adam Lanza era inteligente, "mas nervoso e inquieto".

Quando caminhava, ficava com "as mãos coladas ao corpo" e sua linguagem corporal era de alguém que queria ser invisível, relata o jornal. "Parecia fazer tudo o possível para evitar chamar a atenção", acrescenta.

Ao contrário de muitos jovens americanos, Lanza fugia das redes sociais.

Até agora não se encontrou nenhuma página no Facebook associada a ele. Sua foto sumiu do anuário de 2010 do colégio onde estudou o ensino médio. "Vergonha perante as câmeras", diz o espaço vazio, segundo o Times.

Mas essas águas tranquilas aparentemente encobriam uma alma conturbada e possíveis problemas de saúde. Em depoimento à polícia, Ryan Lanza conta que seu irmão tinha antecedentes de problemas mentais, segundo a emissora CBS.

Um ex-vizinho, Ryan Kraft, contou ao The Washington Post que os irmãos Lanza ficaram aborrecidos com a separação dos pais e que Adam tinha problemas claros. "Tinha chiliques", contou Kraft ao Post.

Alex Israel, uma ex-colega de turma, contou à CNN que Lanza era "inquieto" e "um pouco violento, se você olhasse para ele".

"Socialmente nunca estava disposto a sair e fazer amigos", acrescentou. "Preferia ficar em casa", emendou.

Um familiar disse à ABC News que "obviamente não estava bem".

Parece que sua própria mãe, Nancy, contribuiu involuntariamente para o plano macabro do filho. As potentes pistolas Sig Sauer e Glock, de uso habitual de policiais, assim como um rifle militar que ele usou no massacre estavam registradas em nome dela.

Segundo a polícia, a mãe foi a primeira vítima de Adam Lanza. Após atirar conta o rosto dela na própria casa, aparentemente Adam dirigiu até a escola e foi metódico ao semear o caos antes de acabar com a própria vida.

Mas a razão que o levou a praticar tais atos permanece uma pergunta sem resposta.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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