Autor de atrocidade racista em 1964 morre na prisão nos EUA
James Ford Seale, membro da organização racista Ku Klux Klan e autor de um dos atos mais violentos da segregação social no sul dos Estados Unidos na década de 1960, morreu nesta terça-feira na prisão de Terre Haute, em Indiana. O homem de 76 anos, condenado à perpétua em 2007 por sequestro e conspiração, é um dos responsáveis pela morte de dois adolescentes negros em 1964. As informações são do jornal britânico The Guardian.
Na época, os jovens Charles Eddie Moore e Henry Hezekiah Dee, ambos de 19 anos, participavam de movimentos pelos direitos civis que reivindicavam o voto livre para os negros. Eles foram sequestrados por Seale e outros membros da Ku Klux Klan e levados a uma floresta, onde foram espancados com varas.
Depois, foram jogados no porta-malas de um carro e conduzidos até o rio Mississipi, entre os Estados de Louisiana e Mississipi, onde foram jogados vivos, com blocos pesados presos ao corpo.
Somente em 2000, quando o jornal Clarion Ledger lançou uma investigação sobre o assassinato dos adolescentes, é que o assunto voltou a ter destaque. Ainda assim, demoraram sete anos para que James Ford Seale fosse finalmente condenado 43 anos após o crime.
Cerca de 122 assassinatos - um terço do que aconteceu em Mississippi - ainda permanecem impunes. Há cinco anos, o FBI criou uma unidade especial para investigar as mortes por segregação racial, mas admitiu que perdeu 60 deles até agora. Segundo a agência federal, a tarefa é cada vez mais difícil porque suspeitos e testemunhas-chave morrem a cada mês.