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Estados Unidos

Audiência dos réus do 11/9: defesa pede informes da Cruz Vermelha

18 jun 2013 - 17h46
(atualizado às 18h54)
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Os advogados dos acusados dos atentados do 11 de Setembro solicitaram nesta terça-feira os relatórios do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a única organização autorizada a conversar com seus clientes após sua detenção nas prisões secretas da CIA.

A defesa pediu os informes - alguns de 2006 - no segundo dia de audiência preliminar na base militar americana de Guantánamo, na ilha de Cuba, retransmitida na base militar de Fort Meade, Maryland (leste dos EUA).

Os cinco acusados de planejar os atentados do 11/9 se negaram a comparecer à audiência desta terça, destinada a estabelecer as bases para o posterior julgamento. A data ainda não foi determinada, e a presença dos réus será obrigatória.

Khalid Shheikh Mohammed, que assumiu a autoria dos ataques, e os outros quatro acusados ficaram detidos em prisões da CIA entre 2002 e 2006, ano em que foram transferidos para Guantánamo. Lá, foram submetidos a desumanas técnicas de interrogatório, muitas similares a práticas de tortura.

Mohammed foi submetido a 183 sessões de afogamento, também chamadas de "submarino", nesses anos de detenção.

Ao chegarem a Guantánamo, cinco acusados se reuniram com representantes do Comitê da Cruz Vermelha, única organização autorizada a falar com os presos - antes mesmo dos advogados.

Em um recurso apresentado ao juiz militar James Pohl, os advogados pedem agora os relatórios do Comitê, com o objetivo de alegar circunstâncias atenuantes no processo de seus clientes, que enfrentarão a pena capital pela morte de 3.000 pessoas.

"Sou um funcionário dos Estados Unidos que representa um homem (que o país) quer executar por um procedimento judicial" e "não há outra maneira de conseguir essa informação exculpatória (que absolve de culpa)", disse o advogado de defesa Walter Ruiz.

As audiências acontecem em meio a uma greve de fome generalizada em Guantánamo, que se prolonga por quatro meses e envolve pelo menos dois terços dos 166 suspeitos de terrorismo ainda detidos nessa base militar. Ao todo, 104 detentos se negam a comer e, desses, 44 estão sendo alimentados à força por uma sonda, segundo funcionários americanos.

A greve de fome foi iniciada em protesto pela detenção dos presos por tempo indeterminado em Guantánamo. Na segunda-feira, o Pentágono publicou os nomes de 46 "presos indefinidos". Eles são considerados muito perigosos para serem transferidos para outro presídio.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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