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Estados Unidos

Ativistas pró-reforma migratória entregam melões no Congresso dos EUA

1 ago 2013 - 13h40
(atualizado às 15h14)
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Ativistas a favor da reforma migratória entregaram nesta quinta-feira 224 melões nos corredores do Congresso, como ato simbólico da mão de obra imigrante, e exigiram um voto para a legalização da população ilegal nos Estados Unidos.

Durante uma entrevista coletiva, os ativistas explicaram que entregam estes melões aos 224 legisladores da Câmara dos Representantes (Deputados), incluindo três democratas, que no mês passado aprovaram uma emenda para eliminar os fundos para um programa que suspendeu a deportação de estudantes imigrantes ilegais.

Também fizeram o ato para condenar os comentários recentes do legislador republicano de Iowa Steve King, que afirmou que os estudantes imigrantes ilegais, conhecidos como "sonhadores", têm panturrilhas do tamanho de melões porque estão envolvidos no narcotráfico na fronteira.

"Sabemos que os imigrantes estão colhendo as frutas e verduras (...) O que queremos é pedir que os mesmos republicanos que deram ao congressista King este voto para a deportação, deem aos imigrantes (ilegais) um voto para sua cidadania também", afirmou Giev Kashooli, vice-presidente nacional do sindicato United Farm Workers.

Por sua vez, José Díaz, ativista do grupo United We Dream, afirmou que o presidente da Câmara Baixa, o republicano John Boehner, deve permitir um voto sobre uma reforma migratória que permita a legalização de 11 milhões de imigrantes ilegais neste país.

"A única coisa que queremos é que John Boehner nos dê esse voto, assim como foi dado a King. (Os republicanos) sempre pensam que somos narcotraficantes, enquanto o público americano nos vê como americanos", afirmou Díaz.

O ato foi organizado por grupos como America's Voice, United We Dream e o sindicato de camponeses United Farm Workers.

Calcula-se que cerca de dois milhões de pessoas trabalham no setor agrícola dos EUA, sendo que três quartos são de origem estrangeira.

No mês passado, um total de 221 republicanos e três democratas aprovou uma emenda que eliminou os fundos para a chamada "Ação Diferida", um programa iniciado pela Administração do presidente, Barack Obama, em agosto de 2012, para suspender por dois anos a deportação de estudantes imigrantes ilegais.

Embora essa medida seja temporária, a ideia dos legisladores pró-reforma é continuar pressionando até que o Congresso de continuidade a uma reforma migratória como a que foi aprovada pelo Senado no dia.

King é membro do Comitê Judicial da Câmara Baixa que tem jurisdição sobre assuntos migratórios e seus comentários geraram a repulsa de grupos defensores dos imigrantes em todo o país.

Alguns legisladores democratas, como Raúl Grijalva, do Arizona, sugeriram que King deva ser expulso do comitê por considerar que seus comentários não têm cabimento no debate migratório.

EFE   
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