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Estados Unidos

Atenções se voltam para poltrona 17A, mas repórteres vão a Cuba sem Snowden

24 jun 2013 - 13h58
(atualizado às 14h49)
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Todas as atenções estavam na poltrona 17A enquanto um avião cheio de jornalistas se preparava para um voo da Aeroflot de Moscou a Cuba com o ex-funcionário da inteligência dos EUA Edward Snowden.

O primeiro desapontamento foi que Snowden não apareceu. O segundo foi que era um voo sem álcool - durante 11 horas e 35 minutos de viagem.

Os jornalistas sediados em Moscou lutaram para reservar os assentos, por cerca de 2 mil dólares ida e volta, na esperança de obter uma entrevista com Snowden - ou mesmo vê-lo em sua primeira aparição desde que deixou Hong Kong no domingo.

Mas a brincadeira de gato e rato continuou, com o homem mais procurado dos Estados Unidos, acusado de espionagem por expor os programas secretos de vigilância eletrônica do governo, passando a perna em seus perseguidores mais uma vez enquanto tenta se esquivar do processo.

Embora fontes aeroportuárias dissessem que Snowden reservou a poltrona 17A, outra pessoa estava sentada nela quando o avião decolou.

"Ele não está a bordo", disse um comissário de voo. Uma fonte na Aeroflot disse a mesma coisa.

Jornalistas enviaram fotos da poltrona vazia de seus celulares.

Uma conta no Twitter @Snowdensseat foi logo criada em nome da poltrona 17A com mensagens do tipo: "Recebendo vários olhares zangados de jornalistas ao meu redor. Os deadlines provavelmente estão se aproximando. Além disso, nenhuma bebida é servida".

Snowden teria ao menos tentado pegar o voo? Ou ele mudou de ideia no último minuto para confundir a mídia? Ninguém sabia ao certo.

Logo apareceu um email sugerindo que Snowden ainda poderia aparecer no avião. Continha um link sugerindo que o Airbus A330-200 pode ter uma área de descanso da tripulação abaixo do convés, onde ele poderia se esconder.

Snowden conseguiu ficar fora da vista desde que várias fontes relataram sua chegada no aeroporto Sheremetyevo de Moscou, vindo de Hong Kong, no domingo.

Foram só quatro horas depois da saída do avião que Julian Assange, fundador do grupo antisigilo WikiLeaks e que está ajudando Snowden, confirmou que a Rússia era uma parada na sua viagem até o Equador.

Autoridades do Kremlin disseram que desconheciam contatos entre Snowden e as autoridades russas. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que não tinha detalhes dos planos de viagem de Snowden.

Relatos de que ele poderia não ter deixado o terminal de trânsito em mais de 24 horas provocaram comparações com "O Terminal", filme no qual o ator norte-americano Tom Hanks interpreta um personagem que fica preso em um aeroporto de Nova York quando lhe negam a entrada nos Estados Unidos, mas que não pode voltar para casa por causa de uma revolução.

Snowden vai desejar um destino melhor: o personagem de Hanks tem que esperar vários meses para ser libertado de sua provação.

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