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Estados Unidos

Assange denuncia "investigação ilegal" contra WikiLeaks

17 dez 2010 - 15h14
(atualizado às 20h00)
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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciou nesta sexta-feira uma "investigação ilegal" para acabar com seu trabalho e o de seu site, e ressaltou que ainda não há "nem uma só prova" dos crimes de agressão sexual dos quais é acusado.

Julian Assange é solto após 9 dias preso em Londres:

Em entrevista coletiva concedida em frente à mansão de Suffolk, sudeste da Inglaterra, onde cumpre a liberdade condicional imposta por um Tribunal londrino, Assange assegurou que há várias instituições "ocupadas, no que parece ser, em uma investigação secreta, e aparentemente também ilegal".

"É algo que podemos ver na maneira como determinadas pessoas que supostamente colaboram conosco foram presas na alfândega dos Estados Unidos e tiveram seus computadores confiscados", disse Assange, que foi libertado após pagar fiança nesta quinta-feira.

Assange ressaltou que passou dez dias praticamente incomunicável em uma prisão de Londres e que nesse período o representante da Justiça sueca encarregado do caso não foi capaz de apresentar "nem uma só prova" que permitisse processá-lo por crimes sexuais.

A maior parte dos ataques contra seu site, que vazou milhares de documentos confidenciais dos EUA, não foram de Governos, mas de bancos em Dubai, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos, disse Assange.

O jornalista assegurou que o WikiLeaks conta com a ajuda de "um grande escritório de advogados de Washington" e de "colegas na Califórnia", mas insistiu: "Precisamos de mais".

Perguntado sobre se confia em um julgamento justo no caso de ser extraditado aos EUA, respondeu: "Absolutamente não".

Sobre o caso de Bradley Manning, ex-analista de inteligência americano suspeito de vazar documentos diplomáticos e que permanece preso em uma base militar, Assange admitiu que está em uma situação difícil mas destacou que a política do WikiLeaks é não saber de onde procedem os documentos recebidos.

Nas próximas semanas, à espera de uma nova audiência judicial para sua eventual extradição à Suécia, Assange permanecerá na casa de campo do jornalista Vaughan Smith, com a obrigação de apresentar-se diariamente na delegacia mais próxima.

O vazamento WikiLeaks
No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.

Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais.



EFE   
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