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Estados Unidos

Após longa batalha judicial, casamento gay já é realidade na Flórida

6 jan 2015 - 15h29
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O casamento entre pessoas do mesmo sexo já é uma realidade na Flórida, onde desde às 0h desta terça-feira vários casais de gays e lésbicas disseram "sim" em diversos tribunais do estado, o 36º a legalizar esse tipo de união nos Estados Unidos.

A incorporação da Flórida, com 19,9 milhões de habitantes, à lista de estados americanos que permitem uniões entre homossexuais significa que 70% da população vive em áreas do país onde o casamento gay é permitido.

Contudo, os casamentos começaram a ocorrer antes mesmo da meia-noite em alguns condados. Em Miami-Dade, o mais populoso da Flórida, a juíza Sara Zabel decidiu que os casais não precisavam esperar até essa hora como tinha determinado um magistrado federal.

Os primeiros a firmar compromisso na sala da juíza de Miami foram Todd e Jeff Delmay.

"Esperamos 12 anos por esse momento", disse Jeff à imprensa americana, cujo caso fazia parte de um processo civil apresentado junto com outros nove casais homossexuais da Flórida.

Os tribunais tiveram uma noite agitada, principalmente no sul do estado, em condados como o de Miami-Dade, Broward e Monroe, emitindo certidões de casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Já temos reconhecidos nossos direitos desde a meia-noite passada", disse à Agência Efe Juan de Hierro, que vive na Flórida com seu companheiro e tem uma criança adotada.

O caso de De Hierro é similar ao de muitos outros casais gays radicados na Flórida e que se casaram em outros estados, mas não contavam com o reconhecimento legal no conhecido como "estado do Sol".

Uma das principais preocupações de De Hierro era o bem-estar da criança, que, em caso do falecimento dos pais, ficaria desprotegido economicamente. O dinheiro que recebe para a sua manutenção (US$ 400) seria cancelado ao não contar com o reconhecimento judicial.

"Agora, por lei, nossos seguros de saúde no trabalho devem nos incluir como casados, algo que também vai nos ajudar financeiramente", indicou.

"Não é só ter um papel dizendo que ele é meu marido, mas poder ir, por exemplo, a um hospital e dizer isso. Que as pessoas entendam, que tenhamos os mesmos benefícios que em outros estados. E, se ocorrer, poder entrar na sala de emergência com ele", acrescentou.

De Hierro reconheceu sua surpresa frente à rápida resolução da luta coletiva contra as leis estatais que, respaldadas pelos eleitores em 2008, proibiam o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o definiam apenas como união entre homens e mulheres.

A proibição já virou história na Flórida desde que o juiz federal Robert Hinkle a considerou inconstitucional em agosto de 2014. Agora, ele determinou que todos os cartórios são obrigados a emitir licenças matrimoniais a todos os casais gays que entrassem com o pedido a partir da meia-noite.

"Hoje é um dia monumental e me alegra ter sido o condado de Miami-Dade o primeiro a efetuar os casamentos. Já temos igualdade de casamento na Flórida", comemorou Tony Lima, diretor executivo da SAVE, organização de defesa da comunidade lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT).

"Trabalhamos muito estreitamente com os advogados que defendiam casais gays que queriam legalizar sua situação na Flórida. Isso foi decisivo para o êxito das reivindicações legais deste coletivo", apontou Lima.

As televisões estatais registram também o momento do casamento de Aaron Huntsman e William Lee Jones, residentes em Key West (condado de Monroe), no extremo sul da Flórida. Além de amigos e parentes, uma multidão de curiosos rodeava a cerimônia.

Cenas parecidas ocorreram também em Palm Beach e Broward, ao norte de Miami, onde mais de cem casamentos foram realizados.

EFE   
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