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Estados Unidos

Acusados de ataque a embaixada americana na Tunísia alegam inocência

28 mai 2013 - 10h58
(atualizado às 11h19)
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Vinte supostos participantes do ataque em setembro contra a embaixada dos Estados Unidos em Túnis alegaram inocência nesta terça-feira no primeiro dia de julgamento.

Interrogados pelo juiz, cada um dos réus, nove dos quais estão sob custódia, negaram participação na manifestação e no ataque a embaixada e a polícia.

Os advogados de defesa condenaram o julgamento, ressaltando que a Justiça da Tunísia tem se submetido aos desejos do Ocidente.

"Estes protestos (em frente à embaixada) faziam parte de uma reação espontânea em todo o mundo (muçulmano) contra os ataques a nossos símbolos sagrados", declarou Slah Barakati.

"Os tunisianos são trazidos ao tribunal para agradar os Estados Unidos e a União Europeia", ressaltou.

Outro advogado denunciou que os acusados "confessaram participação nos eventos sob pressão e ameaças da polícia".

Centenas de manifestantes atacaram em 14 de setembro de 2012 a embaixada americana em Túnis para denunciar um filme islamofóbico produzido nos Estados Unidos. Manifestações semelhantes ocorreram em muitos países muçulmanos.

Quatro manifestantes foram mortos e dezenas de pessoas ficaram feridas na violência na capital. A embaixada e uma escola americana foram parcialmente queimadas e vandalizadas.

Segundo o governo, os distúrbios foram organizados por Abu Iyadh, membro da Al-Qaeda no Afeganistão e líder do principal movimento salafista tunisino, o Ansar Asharia.

Nenhum membro desta organização está sendo julgado neste processo.

Outro advogado dos acusados, Abdelbaset Ben Mbarek, declarou por sua vez, que a acusação tinha iniciado o processo contra os 20 acusados no contexto da legislação anti-terrorismo.

A polêmica legislação tunisina anti-terrorismo adotada em 2003, quando o presidente Zine El Abidine Ben Ali ainda estava no poder, tem sido fortemente criticada, já que o texto apresenta uma definição muito ampla de "terrorismo".

O governo liderado pelo movimento islamita do Ennahda prometeu reformar a lei, que é criticada pelos defensores dos direitos humanos.

Esta legislação era aplicada pelo regime de Ben Ali, derrubado pela revolução de janeiro 2011, para suprimir as atividades de ativistas e líderes do Ennahda.

A Tunísia experimenta um forte crescimento do movimento jihadista desde a queda de Ben Ali. Em 19 de maio, confrontos entre a polícia e militantes do Ansar Asharia causaram uma morte e vinte feridos em Túnis.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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