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Mundo

Espanha e Itália descartam recorrer à ajuda europeia por enquanto

29 out 2012 - 16h38
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Os chefes de governo da Espanha, Mariano Rajoy, e da Itália, Mario Monti, falaram nesta segunda-feira sobre sua "visão compartilhada" dos problemas da Eurozona e da UE e descartaram, por enquanto, recorrer à ajuda europeia para seus países.

Em entrevista coletiva em Madri, os dois dirigentes determinaram "a recuperação econômica e a criação de emprego de qualidade" como seu objetivo comum. Além disso, disseram que não planejam, por enquanto, comparecer ao mecanismo pelo qual o Banco Central Europeu (BCE) compraria a dívida de seus países.

O Executivo espanhol "entende que não é imprescindível neste momento" pedir ajuda europeia.

Já Monti garantiu que "não pensa que a Itália tenha que ativar este instrumento" europeu e expressou seu convencimento de que o nível atual do prêmio de risco "é mais alto do que justifica o mercado".

Também avaliou positivamente a existência do mecanismo europeu, mas afirmou que uma vez que foi criado "é muito importante que funcione, que não sirva somente em teoria".

Os dois líderes se mostraram reticentes à ideia alemã de criar um "supercomissário" econômico na União Europeia, que supervisionaria os orçamentos dos Estados-membros, e que foi apoiada pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), o italiano Mario Draghi.

Rajoy rejeitou à idéia alemã ao garantir que a UE "tem que determinar primeiro o que quer ser, aonde quer ir", porque o razoável é que caminhe para uma maior integração política e econômica, para uma união bancária e fiscal.

Monti considerou que a ideia "não soa bem" se o que se pretende é dar credibilidade e confiança aos mercados, que podem pensar que os instrumentos dos quais a UE já dispõe não funcionam.

No texto da declaração conjunta, ambos os países coincidiram em dizer que "existe uma necessidade de se buscar todos os meios disponíveis, tanto em nível europeu quanto nacional, com o objetivo de estimular o emprego de qualidade, o investimento e o crescimento econômico, na atual conjuntura de consolidação fiscal e racionalização do gasto público".

Também pediram aos países do Eurogrupo para "concordarem rapidamente com as diretrizes do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para poder realizar a recapitalização direta dos bancos europeus".

A decisão dos líderes da UE adotada na cúpula que realizaram no último dia 29 de junho sobre este mecanismo está paralisada diante da postura da Alemanha que não quer a recapitalização direta dos bancos com problemas, como no caso da Espanha.

No último Conselho Europeu, a Alemanha enterrou a possibilidade de o governo espanhol poder se beneficiar de forma retroativa da recapitalização direta e evitar o impacto que a injeção de capital teria nas contas públicas.

A Espanha prevê pedir 40 bilhões de euros da linha de crédito de até 100 bilhões aprovada pelos países do euro para o saneamento dos bancos espanhóis.

Rajoy garantiu hoje, a respeito das declarações do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que disse em entrevista que não se pode permitir que a Espanha seja derrubada, arrastada pela crise, que está "absolutamente convencido" de que isso não vai acontecer. EFE

mlg/rpr

(foto)(vídeo)

EFE   
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