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Mundo

Em meio a mortes, Liga Árabe pede paz na Tunísia

15 jan 2011 - 10h01
(atualizado às 12h10)
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A Liga Árabe solicitou neste sábado que as forças políticas da Tunísia e outros grupos mantenham a paz e ajudem o país do norte da África a sair da crise ocasionada pela renúncia de seu presidente na véspera.

Fumaça é vista depois de confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Túnis, após o discurso do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali à nação, na sexta-feira (14)
Fumaça é vista depois de confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Túnis, após o discurso do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali à nação, na sexta-feira (14)
Foto: AFP

A Arábia Saudita havia oferecido, mais cedo, apoio aos tunisianos durante este "período difícil", em comunicado de boas vindas ao ex-presidente da Tunísia Zine al-Abidine Ben Ali. Outros países árabes não se manifestaram. Neste sábado, dezenas de prisioneiros morreram em um incêndio na penitenciária da cidade tunisiana de Monastir, enquanto outros presos fugiram, conforme três testemunhas afirmaram à Reuters .

"Agora o presídio de Monastir está em chamas. Posso ver dezenas de mortos e prisioneiros que fugiram", afirmou um morador do local. Centenas de soldados vigiavam neste sábado as ruas da capital tunisiana, onde o primeiro-ministro deve se reunir com partidos de oposição para tentar formar uma aliança após os protestos que derrubaram Zine al-Abidine Ben Ali do poder.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, nessa sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

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