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Divergências entre Rússia e EUA bloqueiam sanções à Síria

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NOVA YORK, EUA, 12 Jul 2012 (AFP) -O Conselho de Segurança das Nações Unidas não avançou nesta quinta-feira na elaboração de um projeto de resolução visando pressionar Damasco, diante de posições opostas de Estados Unidos e Rússia.

Os 15 membros do Conselho de Segurança terminaram a reunião desta quinta sem qualquer acordo, mas seguirão negociando na sexta, informaram fontes diplomáticas.

A Rússia segue "absolutamente oposta" à aplicação de sanções contra seu aliado sírio, mesmo diante da persistência dos ataques com artilharia pesada contra cidades sob o controle dos rebeldes, como exige o projeto de resolução proposto pelos países ocidentais.

Os Estados Unidos ameaçam não prorrogar o mandato da Missão de Observação da ONU na Síria (Misnus) caso o Conselho não aplique sanções contra os ataques do Exército do regime de Bashar al Assad, destacaram fontes diplomáticas.

"Segue havendo um abismo" entre as posições do Ocidente e da Rússia, constatou o embaixador da Alemanha, Peter Wittig, ao sair da reunião.

O projeto de resolução, preparado por Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemania, dá 10 dias a Damasco para retirar seus soldados e artilharia pesada em torno das cidades rebeldes, sob a ameaça de sanções econômicas.

O texto também faz referência ao artigo 41 da Carta das Nações Unidas que prevê sanções diplomáticas e econômicas contra a Síria - mas não uma intervenção militar - e prorroga por 45 dias o mandato da Misnus.

O mandato da missão de supervisão expira no dia 20 de julho, e os 15 membros do Conselho de Segurança precisam obter uma resolução sobre a Síria neste prazo.

Após a reunião do Conselho, o representante da Rússia, Igor Pankine, rejeitou a inclusão de qualquer ameaça de sanções no texto.

"Nos opomos absolutamente ao capítulo VII" da Carta da ONU, que implica em ameaça de sanções, declarou Pankine à imprensa. "Tudo é negociável, mas não este ponto, é a linha vermelha" que o Conselho não deve ultrapassar.

O vice-chanceler russo, Gennady Gatilov, anunciou em Moscou que a Rússia usará seu direito de veto caso o projeto, qualificado de "inaceitável", seja submetido à votação, como já fez a China desde o início da crise na Síria, em março de 2011.

A Rússia propôs na terça-feira uma resolução própria, que renova o mandato na Misnus, mas sem a ameaça de sanções.

avz/lr

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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