PUBLICIDADE

Distúrbios no Mundo Árabe

Tropas sírias tentam retomar subúrbios de Damasco, dizem ativistas

29 jan 2012 - 08h44
(atualizado às 08h58)
Compartilhar

Manifestantes contra o regime do presidente Bashar al-Assad, na Síria, disseram neste domingo que tropas do governo estão tentando retomar o controle dos subúrbios da capital Damasco. Os ativistas afirmam que tanques estão disparando contra áreas controladas por rebeldes no leste e no norte do país.

Imagem de vídeo mostra supostos militares desertores do "Exército sírio livre" atirando em comboio de ônibus do governo em Deal. Monitores da Liga Árabe na Síria enfrentaram multidões acaloradas, tiros e explosões durante sua segunda visita a Homs, conforme vídeos divulgados por ativistas pela Internet. A cidade de Homs é o epicentro dos protestos dos últimos nove meses contra o governo de Bashar al Assad
Imagem de vídeo mostra supostos militares desertores do "Exército sírio livre" atirando em comboio de ônibus do governo em Deal. Monitores da Liga Árabe na Síria enfrentaram multidões acaloradas, tiros e explosões durante sua segunda visita a Homs, conforme vídeos divulgados por ativistas pela Internet. A cidade de Homs é o epicentro dos protestos dos últimos nove meses contra o governo de Bashar al Assad
Foto: Reuters

Segundo eles, dois mil soldados e 50 tanques atacaram na manhã de domingo subúrbios ao leste da capital, a cinco quilômetros do centro da cidade.Há relatos de uma ação semelhante na cidade de Rankous, que fica 30 quilômetros ao norte de Damasco.

Os rebeldes do movimento intitulado Exército de Libertação da Síria tomaram alguns dos subúrbios ao redor de Damasco, como Kfar Batna, Saqba, Jisreen e Arbeen. A ação das tropas do governo neste domingo seria uma resposta aos rebeldes.

Rami Abdul Rahman, diretor da entidade Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseada em Londres, afirma que os combates deste domingo são os mais intensos registrados próximo à capital desde o começo do movimento de insurgência, no ano passado. Há dificuldades para a imprensa internacional de verificar os relatos dos manifestantes, já que o acesso ao país está restrito.

Diplomacia

A escalada de violência acontece um dia depois de a Liga Árabe ter anunciado a suspensão da sua missão de monitores ao país. O secretário-geral da Liga, o general Nabil el-Arabi, justificou a decisão dizendo que "a deterioração crítica da situação na Síria e o contínuo uso da violência" determinaram o fim imediato da missão.

A missão da Liga Árabe chegou à Síria em dezembro e levou à elaboração de um plano de ação, que pede a renúncia do presidente Bashar al-Assad e a formação de um governo de unidade nacional com participação da atual oposição. O plano serviu de base para uma proposta de resolução no Conselho de Segurança da ONU. A proposta foi discutida no Conselho na sexta-feira, mas diplomatas russos manifestaram que não pretendem aprovar o texto. A Rússia tem poder de veto no Conselho de Segurança.

O governo da Síria também criticou a proposta da ONU, afirmando que o plano serviria para provocar uma intervenção militar internacional no país. "Isso terá um impacto negativo e colocará pressões nas deliberações do Conselho de Segurança com objetivo de conclamar por intervenção estrangeira e encorajar grupos armados a aumentarem a violência", disse uma autoridade síria na TV estatal do país, no sábado.

O secretário-geral da Liga Árabe deve falar no Conselho de Segurança na terça-feira. Ele tem conversado diretamente com diplomatas russos, na tentativa de mudar a posição do país em relação à resolução. A proposta deverá ser votada ainda nos próximos dias. A ONU afirmou em dezembro que desde março do ano passado cinco mil pessoas já morreram no conflito entre governo e manifestantes na Síria.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade