Testes dão positivo para gás sarin em conflito sírio, diz França
Testes realizados em amostras retiradas da Síria deram positivo para o uso do gás sarin durante o conflito, informou nesta terça-feira o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius. Mais cedo, uma comissão especial da ONU formada para averiguar a questão do uso de armas químicas O declarou ser "razoável" afirmar que esse tipo de armamento foi empregado durante no país.
Em seu comunicado (em francês), Fabius disse que entrou em contato com o chefe da missão da ONU, Ake Sellström, para lhe comunicar dos resultados. De acordo com o chanceler francês, as "análises demonstram a presença de sarin nas amostras que estão em nossa posse. Com base nesses elementos, a França tem, a partir de agora, certeza de que o gás sarin foi utilizado na Síria diversas vezes e de modo localizado." Fabius não dá detalhes sobre as amostras ou o modo como foram obtidas e encerra o texto declarando ser "inaceitável que os culpados por esses crimes possam se beneficiar da impunidade."
A guerra de versões sobre o uso de armas químicas se tornou uma questão central da guerra síria. Há meses governo e oposição acusam-se mutuamente de usar este tipo de armamento no conflito, mas nenhuma aferição independente feita até o momento foi capaz de comprovar o seu uso. Se confirmado, o uso de gás sarin provavelmente implicaria em uma intervenção internacional no país, ação vista com simpatia pelas lideranças ocidentais, em especial França e Reino Unido.
Publicados hoje, os comunicados da ONU e da França têm diferenças sensíveis. A ONU sugere ser razoável acreditar no uso de armas químicas, ao passo que a França afirma possuir provas seguras. Mesmo assim, apesar da moderação do relatório da ONU, o governo sírio criticou a postura do organismo. Para o embaixador sírio em Nova York, Fayssal al-Hamwi, a comissão da ONU carece de confiabilidade por um suposto conflito de versões relativo ao uso de armas pelos rebeldes sírios.
