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Distúrbios no Mundo Árabe

Síria: testemunhas apontam vítimas com sintomas de ataque químico

21 ago 2013 - 20h27
(atualizado em 22/8/2013 às 12h19)
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<p>"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco</p>
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP

Ainda não há e provavelmente demorará a haver qualquer dado que comprove de modo independente o suposto ataque químico sofrido por sírios nesta quarta-feira na periferia de Damasco, tal qual denunciado pelos grupos de oposição que desafiam o presidente Bashar al-Assad. No entanto, relatos de testemunhas obtidos pela ONG Human Rights Watch (HRW) convergem em suas descrições e apontam para o um real ataque de gás químico, hoje, em mais um violento episódio da guerra civil síria.

A HRW ouviu sete moradores locais e dois médicos que participaram das equipes de primeiros-socorros na área bombardeada (a origem dos mísseis ainda é duvidosa, e governo e oposição chegaram a se acusaram mutuamente da responsabilidade do ataque). Eles encontraram e falaram de vítimas com os seguintes sintomas: sufocamento, respiração constrita e irregular, espasmos musculares, náuseas, salivação excessiva na boca, fluidos expelidos pelos olhos e narizes, convulsão, tontura, visão embaçada, olhos vermelhos e irritados, e pupilas dilatadas. Estes sintomas são encontrados em vítimas de venenos usados em gás tóxicos típicos de armas químicas.

As testemunhas também relataram que o ataque começou por volta das 3h da madrugada desta quarta-feira, momento em que não havia combate entre os soldados rebeldes e as forças de segurança do Exército de Assad. Quando caminhando pelo cenário do ataque ou já nos hospitais ou centros médicos improvisados, essas testemunhas se depararam com grande quantidade de vítimas, sendo grande parte delas mulheres, crianças e pessoas idosas. Todos falaram que, de um modo geral, as vítimas eram visivelmente civis não ligados diretamente à guerra civil.

Ainda não há números oficiais sobre as vítimas, e a oposição fala de 100 até mais de mil mortos. O ataque provocou grande reação da comunidade internacional; o Conselho de Segurança manteve encontro extraordinário sobre o evento, mas limitou-se a exigir clareza sobre o ocorrido hoje na periferia de Damasco. A Síria não compõe o grupo de 189 países signatários da Convenção para a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Estoque e Uso de Armas Químicas e para sua Destruição, de 1993.

Fonte: Terra
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