Síria rejeita pedido da Liga Árabe para Assad passar o poder
A Síria rejeitou nesta segunda-feira o pedido da Liga Árabe para que seu presidente, Bashar al Assad, passe o poder ao vice-presidente e a qualificou de "complô conspiratório", informou a agência de notícias oficial Sana, que cita uma fonte oficial.
Segundo a fonte, a Síria considera a resolução adotada no domingo como "uma violação de sua soberania nacional, uma interferência flagrante em seus assuntos internos e uma infração descarada dos estatutos da Liga Árabe".
Em reunião no Cairo no domingo, os ministros de Relações Exteriores da organização pan-árabe acertaram pedir a Assad que transfira seus poderes ao vice-presidente sírio, e a formar um governo de união nacional no prazo de dois meses para convocar eleições presidenciais.
A fonte oficial síria destacou que os ministros da Liga Árabe deveriam "assumir sua responsabilidade para evitar que os grupos terroristas que assassinam sírios inocentes e atacam prédios governamentais e as infraestruturas do Estado se financiem e se armem".
No entanto, os ministros (da Liga) optaram por fazer "declarações provocadoras" que refletem a conexão entre aqueles que pronunciaram essas palavras e um plano que pretende que a segurança do povo sírio seja através de uma chamada a uma intervenção estrangeira nos assuntos internos do país, assegurou a fonte.
Damasco acredita que a iniciativa da Liga Árabe para dar uma solução para a crise na Síria vai contra dos interesses de seu povo e não evitará para que o país "avance em suas reformas políticas, e traga segurança e estabilidade a sua gente, que demonstrou durante a crise seu apoio à união nacional".
A fonte não mencionou se Damasco dará seu sinal verde à extensão durante um mês da missão dos observadores da Liga Árabe, que têm que supervisionar no terreno o cumprimento dessa iniciativa, que estipula, entre outros, o fim da violência e a retirada dos elementos armados das ruas.
Segundo dados da ONU, mais de 5 mil pessoas morreram na Síria desde meados de março passado. O regime sírio assinala que mais de 2 mil soldados foram assassinados desde essa data por grupos armados.