Síria: oposição forma Conselho Nacional e quer derrubar regime
19 jun2011 - 16h57
(atualizado às 18h38)
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Os opositores sírios formaram, neste domingo, um "Conselho Nacional" para "fazer cair" o regime de Bashar al Assad, confrontado há três meses por um movimento de contestação, reprimido de forma sangrenta pelo exército, que semeia o terror, segundo relatos de refugiados.
O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, devia chegar a Damasco à noite para uma visita de dois dias, durante a qual pedirá às autoridades sírias o acesso às pessoas afetadas pela violência.
Neste contexto, a agência oficial Sana anunciou na última hora do dia, sem dar maiores detalhes, que o presidente Bashar al Assad "fará um discurso amanhã (segunda-feira) por volta do meio-dia (6h de Brasília) sobre os desenvolvimentos na Síria".
"Anunciamos a criação de um Conselho Nacional para dirigir a revolução síria, composto de todas as comunidades e de representantes de forças políticas nacionais no interior e no exterior da Síria", havia anunciado, horas antes, um grupo de opositores em entrevista coletiva perto da fronteira com a Turquia.
Os opositores pediram para "cooperar em todas as cidades e províncias da Síria para realizar o objetivo legítimo de fazer cair o regime e levá-lo perante a Justiça". Este "Conselho Nacional" foi criado "em nome da juventude revolucionária livre síria, vistos os crimes cometidos pelo regime contra a população civil, submetida à opressão quando se opunha com manifestações pacíficas e diante do silêncio do mundo árabe e da comunidade internacional", destacaram.
O porta-voz do grupo, Yamil Saib, destacou que este Conselho reúne vários conhecidos opositores do regime. A Síria vive um movimento de contestação sem precedentes desde 15 de março, que afeta várias cidades do país, onde os manifestantes pedem a renúncia de Assad. Os protestos têm sido reprimidos violentamente pelo regime, apesar da condenação internacional.
Europeus e americanos querem que o Conselho de Segurança da ONU condene esta sangrenta repressão, mas se chocam com a oposição de China e Rússia - membros permanentes com direito de veto -, que não querem nem ouvir falar de sanções.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 1.309 civis e 341 membros das forças de segurança morreram desde o início dos protestos.
Em Guvecci, cidade turca próxima da fronteira com a Síria, refugiados procedentes do povoado de Bdama relataram neste domingo o terror semeado pelo exército.
"Fecharam a única padaria do povoado. Não se pode encontrar pão. Vi soldados dispararem contra o proprietário da padaria. Foi atingido no peito e em uma perna", relatou à AFP Raka El Abdu, um sírio de 23 anos. "O exército controla todas as entradas do povoado e verifica as identidades para deter os opositores", acrescentou.
Hamid, 26 anos, conta que fugiu no sábado de Bdama com sua família, depois que os soldados começaram a disparar a ermo no povoado. "Abriram fogo, de longe. Fugimos para as montanhas", contou. "Ontem (sábado) jogaram combustível e incendiaram as montanhas para impedir que as pessoas fugissem", acrescentou.
Um ativista sírio informou no sábado que o exército se mobilizou para a região com pelo menos seis tanques e quinze veículos de transporte, e que entrou em Bdama. Mais de 10 mil sírios já se refugiaram na Turquia, e outros milhares estão concentrados na fronteira. A Turquia começou a ajudar os sírios que fogem da repressão, anunciou a agência governamental encarregada das emergências.
"A distribuição de ajuda humanitária começou por responder as necessidades alimentares urgentes dos cidadãos sírios que esperam do lado sírio na fronteira", declarou em um comunicado.
Refugiados sírios cozinham em fogão improvisado de acampamento em Idlib, perto da fronteira com a cidade turca de Hatay. A crise política e a repressão no país fizeram com que milhares de pessoas fugissem para a fronteira com a Turquia. As famílias estão vivendo em acampamento improvisados e sem condições básicas de sobrevivência
Foto: AP
Menino sírio observa a movimentação no campo de refugiados na cidade turca de Yayladagi, na província de Hatay
Foto: Reuters
A saída de sírios que fogem da repressão em seu país se intensifica diariamente
Foto: AP
Crise política síria fez com que milhares de famílias deixassem o país
Foto: AFP
Milhares de famílias tentam sobreviver em condições precárias de subsistência
Foto: AP
Sírios tentam manter a rotina em região sem rede de abastecimento ou tratamento de esgoto
Foto: AP
Barracas improvisadas aumentam diariamente na fronteira entre Síria e Turquia
Foto: AP
Centenas de sírios chegam a cada dia para as localidades na fronteira com a Turquia
Foto: AP
Foto: Terra
Mulheres reunidas no campo de refugiados na Turquia. Mais de 8,5 mil sírios fugiram para o país vizinho para escapar da repressão do presidente Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Refugiados protestam contra o presidente sírio Bashar al-Assad na Turquia, onde estão acampados
Foto: Reuters
Um menino auxilia a Fundação de Ajuda Humanitária na distribuição de mantimentos no campo de refugiados da Turquia
Foto: Reuters
Foto: Terra
Refugiados sírios olham pela janela do ônibus quando são levados para a cidade turca de Yayladagi, em Hatay, onde fica um campo de refugiados
Foto: Reuters
Pessoas chegam à Turquia pela área rural localizada na fronteira entre os dois países
Foto: Reuters
Refugiados recebem ajuda em Yayladagi, próximo à fronteira com a Síria. A Turquia fornece ajuda humanitária depois da fuga de quase 9 mil sírios devido à crise política
Foto: AFP
Jovens turcos utilizam uma plataforma flutuante utilizada para pesca para cruzar a fronteira
Foto: AP
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Criança síria no campo de refugiados da Turquia. Cerca de 9 mil sírios fugiram para o país vizinho para escapar da repressão do presidente Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Refugiados da Síria dentro de um acampamento na cidade turca de Altinozu, em Hatay
Foto: AP
Refugiados sírios fazem demonstração a favor da Turquia, país que está os acolhendo. A crise política e a repressão na Turquia forçaram a fuga de quase 9 mil pessoas
Foto: Reuters
Foto: Terra
Homem carrega bebê em um acampamento de refugiados na cidade turca de Boynuyogun
Foto: AP
Mulheres e crianças que fugiram da Síria se abrigam em tendas, no distrito de Altinozu, em Hatay
Foto: AFP
Crianças observam fotógrafos pela cerca de um acampamento de refugiados perto da fronteira turca com a Síria
Foto: AFP
Menino anda de balanço no acampamento de Boynuyogun, em Altinozu, na cidade de Hatay
Foto: AFP
Crianças brincam em balanço instalado em um campo de refugiados, em Hatay, perto da fronteira com a Síria
Foto: AFP
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Refugiados feridos recebem atendimento em hospital improvisado em um grande acampamento, em Hatay
Foto: AFP
Com curativo no olho, homem que fugiu da Síria para a Turquia posa pára foto em acampamento
Foto: AFP
Mulher espera por atendimento médico para seu bebê, em um acampamento em Yayladagi, perto da fronteira com a Síria
Foto: Reuters
Homem usa garrafa d'água para dar banho em crianças, em acampamento na província turca de Hatay
Foto: Reuters
Mulheres esperam por atendimento médico para seus filhos, em um acampamento em Yayladagi. No Dia Mundial dos Refugiados, o presidente Bashar al-Assad pediu aos refugiados sírios que voltassem para o seu país, ao mesmo tempo que fechou a fronteira com a Turquia para impedir novas saídas
Foto: Reuters
Foto: Terra
Refugiados da Síria protestam contra o regime de seu país em acampamento recém-inaugurado na cidade turca de Yayladagi, na província de Hatay
Foto: AP
Refugiados sírios vistos após realização de um protesto contra o regime de seu país em um acampamento da cidade turca de Yayladagi
Foto: AP
Refugiados feridos são atendidos em hospital improvisado no campo da cidade turca de Yayladagi
Foto: AP
Uma mãe passeia com as crianças em um acampamento de refugiados na cidade turca de Yayladagi. O povo sírio deixou seu país para escapar do confronto entre o regime sírio e os opositores do governo
Foto: AP
Mulheres refugiadas organizam suas tendas, no campo da cidade turca de Yayladagi
Foto: AP
Uma mulher síria carrega seu almoço em um campo de refugiados na cidade fronteiriça de Yayladagi, na Turquia
Foto: Reuters
Um menino sírio segura vários pães no campo de refugiados de Yayladagi
Foto: Reuters
Refugiados em um acampamento de Yayladag. Segundo informações oficiais, já são 12 mil cidadãos que cruzaram a fronteira devido às manifestações na Síria
Foto: EFE
Uma menina síria espia para fora do campo de refugiados em Hatay
Foto: EFE
Uma refugiada observa o movimento do acampamento de dentro de sua tenda. A Administração de Emergências e Desastres da Turquia informa que os cerca de 11 mil refugiados estão alojados em cinco acampamentos da província de Hatay
Foto: EFE
Uma criança é mostrada acima da cerca com uma mensagem escrita em árabe no seu corpo
Foto: Reuters
Um menino sírio aparece atrás de uma cerca em um dos cinco campos de refugiados na fronteira turca
Foto: Reuters
Foto: Terra
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Crianças sírias brincam no campo de refugiados da cidade turca de Reyhanli
Foto: AP
Mulheres refugiadas Síria conversam em frente a suas barracas em um acampamento na cidade turca de Reyhanli na província de Hatay, Turquia
Foto: AP
Um acampamento improvisado na fronteira entre Síria e Turquia acolhe os refugiados
Foto: AP
Refugiados sírios passam ao lado de um veículo militar quando cruzam a fronteira turca. Tanques e atiradores sírios foram enviados à fronteira para tentar impedir que mais pessoas deixem o país
Foto: AP
Sírios que fugiram de seu país e estão machucados recebem atendimento médico em barracas improvisadas para servirem de hospital na fronteira turca
Foto: AP
Foto: Terra
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Uma mulher caminha com seu filho no acampamento de refugiados do distrito de Yayladagi, em Hatay, Turquia
Foto: EFE
Crianças sírias que estão refugiadas na fronteira turca brincam no acampamento. Até o dia 29 de junho o número de sírios na Turquia era de 10.659
Foto: EFE
Imagem de um acampamento que abriga entre 200 e 300 combatentes ao longo da fronteira da Síria com a Turquia. O Ministério da Informação e o Crescente Vermelho sírios organizaram uma excursão de jornalistas árabes e estrangeiros para que acompanhem o retorno de sírios que estão nos campos de refugiados