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Oriente Médio

Síria forma comitê para estudar suspensão de emergência

31 mar 2011 - 12h19
(atualizado às 12h36)
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O presidente sírio, Bashar al-Assad, enfrentando uma onda de manifestações pedindo liberdades maiores, criou um comitê para estudar a substituição da lei de emergência, em vigor há décadas, por uma legislação antiterrorismo.

A agência de notícias estatal Sana anunciou nesta quinta-feira que o comitê vai estudar e redigir uma "legislação, incluindo a proteção da segurança da nação e da dignidade dos cidadãos, e o combate ao terrorismo, abrindo o caminho para a revogação da lei de emergência".

A agência disse que o comitê vai concluir seu trabalho até 25 de abril, mas não deu maiores detalhes.

A revogação da lei de emergência, usada há décadas para sufocar qualquer oposição ao governo monolítico do partido Baath, vem sendo uma reivindicação central dos manifestantes, que já fizeram duas semanas de protestos nos quais mais de 60 pessoas foram mortas.

Na semana passada, autoridades sírias disseram que foi tomada a decisão de abolir a legislação de emergência.

Mas na quarta-feira, nas primeiras declarações públicas que deu desde o início da onda de protestos, Assad não fez referência à rescisão da lei nem a um cronograma para as reformas sugeridas, incluindo a legislação sobre partidos políticos, liberdade de imprensa e combate à corrupção.

Os EUA disseram que o discurso de Assad não atendeu às expectativas suscitadas na semana passada pelos assessores do presidente, quando, no auge dos protestos, disseram que ele anunciaria um programa claro de reformas.

O anúncio da quinta-feira dificilmente irá convencer os céticos.

"Em nossa parte do mundo, quando você cria um comitê isso significa que você quer enterrar uma questão", disse Hilal Khashan, professor de ciência política da Universidade Americana de Beirute. "Ele (Assad) está querendo comprar tempo".

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