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Sem detectar ameaça a civis, França não faz novos ataques

20 mar 2011 - 15h38
(atualizado em 21/3/2011 às 18h09)
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Os aviões franceses que sobrevoaram a Líbia não bombardearam neste domingo as forças de Muammar Kadafi, o que de acordo com Paris ilustra a "eficicência" das primeiras operações que permitiram garantir a exclusão do espaço aéreo e impedir novos ataques contra a população civil em Benghazi. O boletim dessas operações, junto a evolução da situação política, foram, na tarde deste domingo, objeto de análise por parte do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e de vários membros de seu Governo.

O Eliseu deu duas mensagens ao término da reunião; a primeira de que os ataques da coalizão já permitiram diminuir as agressões de Kadafi contra a população civil que apoia os rebeldes, e a segunda de que a intervenção internacional deve se ajustar ao mandato do Conselho de Segurança. Sarkozy convocou no Palácio do Eliseu seu primeiro-ministro, François Fillon, e os ministros de Exteriores, Alain Juppé, e Defesa, Gérard Longuet, assim como o chefe do Estado-Maior do Exército, Edouard Guillot.

Previamente, a Defesa tinha indicado que na jornada deste domingo os mais de 15 aviões franceses que estiveram envolvidos na missão de garantir a exclusão aérea na região de Benghazi e de evitar ataques contra a população civil cumpriram o objetivo até o final da tarde sem precisar atirar. "Não encontrou nenhuma dificuldade", assegurou o coronel Thierry Burkhard, em nome do Estado-Maior do Exército, ao falar sobre as operações das últimas horas e o reforço do dispositivo francês.

Os primeiros caças franceses saíram na manhã deste domingo às 5h30 de Brasília das bases aéreas do norte da França em direção à Líbia e depois das 14h30 alguns aviões de combate continuavam sobrevoando o leste do país norte-africano. Burkhard confirmou que no sábado, na intervenção iniciada pela França, os aviões franceses destruíram quatro blindados que constituíam uma ameaça para os civis nas proximidades de Benghazi, e assegurou que não houve vítimas civis, mas afirmou não poder dizer se houve mortos entre os militares.

O porta-voz do Departamento de Defesa, Laurent Teisseire, por sua parte desqualificou as declarações de Kadafi, segundo as quais um avião francês tinha sido atingido: "é uma evidência de que a desinformação existe". Teisseire se esforçou para destacar que um primeiro país árabe, Catar, vai se envolver nas operações militares a partir "das próximas horas ou dos próximos dias", e que seus caças - de fabricação francesa - sairão de uma base francesa.

Paris ressaltou desde o princípio a importância de que esta intervenção na Líbia não parecesse uma iniciativa ocidental, e por isso queria contar com parceiros árabes. Por isso mesmo, uma das piores notícias do dia foi a crítica da Liga Árabe, que considera que as ações da coalizão foram mais longe do que permite a resolução do Conselho de Segurança da ONU.

O porta-voz do Ministério de Defesa francês assegurou que a França está "dentro da resolução" e disse que sua impressão é de que os outros dois países que até agora enviaram aviões à Líbia (Reino Unido e Estados Unidos) também. O dispositivo militar francês vai aumentar com o porta-aviões Charles de Gaulle, que na tarde deste domingo zarpou do porto de Tolano em direção ao local das operações escoltado por duas fragatas e um submarino nuclear, e acompanhado por um barco de abastecimento de combustível.

O Charles de Gaulle, além dos dois mil militares de sua tripulação, vai contar em a cobertura de oito caças Rafale e seis Super Etendard, além de outros aviões Hawk Eye e vários helicópteros. Paralelamente, a base aérea de Solenzara, na Córsega, está se transformando, por sua proximidade com a Líbia, no ponto principal para as missões dos aviões franceses, que não vão utilizar aeroportos em outros países.

EFE   
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