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Distúrbios no Mundo Árabe

Saiba por que o Congresso americano pode rejeitar o ataque à Síria

31 ago 2013 - 23h13
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Obama fez proncunamento em tom belicista ao lado do vice-presidente Joe Biden
Obama fez proncunamento em tom belicista ao lado do vice-presidente Joe Biden
Foto: AP

O blog The Fix, do jornal The Washington Post, listou quatro razões pelas quais o Congresso americano pode votar contra a autorização solicitada pelo presidente Barack Obama para realizar uma ação militar na Síria. Obama anunciou hoje que tomou a decisão, mas que o ataque não será iminente e que buscará a autorização do Congresso. Os parlamentares se reúnem no próximo dia 9 de setembro para debater a questão.

O texto do blog da publicação diz que a situação é “muito líquida” e que “não é possível enfatizar com certeza”, mas haveria “muitas razões” para acreditar que o Congresso poderia votar contra. São elas:

1) A população não está pedindo por isso: segundo um levantamento da NBC, metade dos americanos se opõe à ação militar na Síria. A pesquisa também mostra apenas 21% acha que se envolver na questão é um interesse nacional dos Estados Unidos, enquanto 27% acredita que a intervenção vai ajudar a melhorar a situação na Síria. Em outras palavras, segundo o texto, “as pessoas vêem a ação militar mais como retaliação pela alegada utilização de armas químicas na Síria do que como algo que realmente vá fazer algum bem”.

2) Cansaço de guerra: As experiências do Iraque e do Afeganistão ainda estão frescas na mente da população, e há paralelos suficientes entre essas situações e o caso da Síria para deixar os parlamentares ressabiados. Vários membros do Congresso expressaram dúvidas sobre a afirmação do governo Obama de que o regime sírio usou armas químicas - algo que não teria acontecido sem a controversa polêmica da existência de armas de destruição em massa no Iraque. Segundo o blog, ambas as guerras foram muito impopulares e tornam muito mais difícil de vender qualquer tipo de ação militar hoje.

3) A votação da guerra do Iraque: Em 2002, a então senadora Hillary Clinton votou a favor da guerra do Iraque, o que, segundo o blog, minou suas chances de concorrer à Presidência na época pelo Partido Democrata. “Outros políticos estão receosos por causa disso”, diz o texto. “Quando se trata de política, é sempre mais fácil votar contra alguma coisa do que votar a favor. E se o povo americano não está implorando pelo uso da força militar, o parlamentar pode estar colocando sua carreira em risco por um voto desses”, afirma o blog.

4) Oposição bipartidária: segundo o blog, política externa e segurança nacional são questões cada vez mais apartidárias, com republicanos e democratas se unindo contra o governo em temas como a vigilância. De acordo com o texto, uma coalizão bipartidária semelhante parece estar se manifestando, neste caso, com cerca de 70 deputados democratas se juntando com aproximadamente 100 republicanos da Câmara. Obama não contaria com um Partido Democrata unido e teria de convencer muitos republicanos para seguir com o ataque à Síria. 

Fonte: Terra
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