Quem defende e quem critica a intervenção na Síria?
Conheça a posição dos países envolvidos com a guerra civil entre o presidente Bashar al-Assad e os rebeldes sírios
À medida que a guerra civil da Síria persiste, aumenta o grau de efeitos do conflito sobre o Oriente Médio e sobre a geopolítica mundial. Já são mais de dois anos de guerra, ao longo dos quais cada vez mais países acabaram envolvidos. E, à medida que o Conselho de Segurança da ONU não obtém consenso, crescem em importância as posições próprias e as alianças entre os Estados.
Confira abaixo a posição dos principais atores internacionais que estão desempenhando um papel neste contexto.
Turquia
O país do premiê Recep Tayyip Erdogan foi um dos primeiros a ser afetado diretamente pelo conflito sírio quando centenas de refugiados começaram a deixar o território sírio fugindo da guerra. Atualmente, a Turquia representa uma das vozes mais críticas de Assad no Oriente Médio e é favorável a uma intervenção.
Monarquias árabes
A maioria dos governos da Península Arábica é favorável a uma intervenção ou pelo menos forte crítica de Assad. Os dois casos mais importantes são a Arábia Saudita e o Catar, que são, extraoficialmente, conhecidos apoiadores dos rebeldes que lutam na Síria. Essas monarquias, vale lembrar, dão também o tom da Liga Árabe, atualmente favorável a uma ação mais incisiva para interromper a guerra civil.
Irã
O país do aiatolá Khamenei é um dos principais aliados de Bashar al-Assad. Junto ao Hezbollah, grupo político-militar do Líbano, representam o principal eixo anti-EUA e anti-Israel do Oriente Médio. Embora Teerã não tenha se envolvido diretamente no conflito, sua posição é de apoio a Assad e de rejeição de qualquer intervenção.
Israel
Diametralmente oposto ao Irã está Israel. Principal aliado dos Estados Unidos, o Estado hebreu frequentemente se manifesta sobre o risco da eclosão da guerra para além das fronteiras sírias garantindo que Tel Aviv reagiria com todas suas forças. Oficialmente, Israel não declarou apoio a uma intervenção internacional na Síria, mas é crítico veemente de Assad, a quem acusa de responsabilidade nos ataques químicos.
Guerra civil em fotos |
Estados Unidos
Os Estados Unidos mantiveram uma postura crítica à violência desde o início do conflito na Síria, mas foi somente a partir dos crescentes relatos e supostas provas do uso de armas químicas que o presidente Barack Obama assumiu um discurso pró-intervenção. Mas sem o aval da ONU, imobilizada pelas desavenças do Conselho de Segurança, Washington e seus aliados tentam obter autorização interna de seus Parlamentos para partir rumo a uma intervenção na Síria.
Rússia
Principal aliado internacional da Síria, a Rússia protagoniza a defesa de Assad no Conselho de Segurança e, com ela, a impossibilidade de tomada de ação em nome da ONU. Moscou declara-se contra a intervenção pois considera que as provas das armas químicas apresentadas pelo Ocidente não são críveis e também considera os rebeldes responsáveis pela violência no país.
França
A França representa a principal voz europeia favorável à intervenção na Síria. Desde os primeiros casos de suposto uso de armas químicas, tomou a dianteira, apresentou provas próprias deste armamento, acusou Assad de responsabilidade e declarou simpatia pelos rebeldes, com quem já manteve encontros em Paris.
Reino Unido
Parceiro de posição da França, o Reino Unido vinha se manifestando de forma veemente crítica a Assad e em apoio aos rebeldes. No entanto, o premiê conservador David Cameron viu seu pedido de intervenção ser derrotado na Câmara dos Comuns (deputados), o que, pelo menos por enquanto, tira Londres de um cenário de intervenção na Síria.
China
A China tem se mantido distante do conflito da Síria. Embora seja aliada dos russos e de Assad, Beijing não tem tido protagonismo nos debates internacionais sobre a intervenção, polarizados entre Estados Unidos e Rússia. Beijing condena a violência na Síria, mas não se manifesta a favor de qualquer tipo de intervenção.
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