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Mundo

Protestos na Síria terminam com a morte de 17 manifestantes

8 jul 2011 - 15h57
(atualizado às 17h02)
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Pelo menos 17 manifestantes morreram nesta sexta-feira na Síria, vítimas dos disparos do Exército e das forças de segurança em diferentes pontos do país em uma nova jornada de protestos, batizada como "Sexta-feira do não ao diálogo".

O diretor da Organização Nacional para os Direitos Humanos na Síria, Ammar Qurabi, afirmou à Agência Efe que as mortes aconteceram em Marrat al Nouman, na província de Idleb; na cidade litorânea de Banias; no bairro de Al Midan de Damasco e nas localidades de Al Damir e Zabadani, próximas à capital.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos acrescentou que duas pessoas morreram no município de Homs. Na mesma cidade, pelo menos dez pessoas ficaram feridas no bairro de Khalediya, onde os conflitos continuam, segundo informações de grupos de oposição.

A rede opositora Sham informou pelo Facebook que foram registrados intensos disparos em Marrat al Nouman e que mais de 15 pessoas ficaram feridas em Idleb, na província de mesmo nome. Além disso, outros dez cidadãos foram atingidos pelas forças de segurança no bairro de Qabún, em Damasco.

Enquanto isso em Hama, no centro da Síria, centenas de milhares de pessoas se manifestaram para exigir a queda do presidente Bashar al Assad e foram registrados intensos disparos para impedir os protestos. De acordo com membros da oposição, 25 pessoas foram atingidas por "pistoleiros" do regime.

A oposição afirma também que o embaixador americano em Damasco, Robert Ford, esteve nesta sexta-feira entre os manifestantes na praça Aasi, em Hama. Na véspera, o Departamento de Estado americano revelou que Ford havia visitado a cidade para expressar sua solidariedade e que tinha a intenção de permanecer.

A assessora da Presidência síria, Buzaina Shaaban, afirmou que existe "um grande ressentimento" no povo sírio pelas declarações do Departamento de Estado americano sobre a presença do embaixador em Hama.

"O embaixador dos EUA não pediu permissão para visitar Hama. Nunca um embaixador visitou sem permissão uma cidade com um problema como no caso de Hama", declarou em entrevista concedida nesta sexta-feira à rede de televisão "BBC" em árabe.

A conselheira presidencial acusou Ford de tentar impedir uma solução ao conflito em Hama, porque, segundo ela, chegou em um momento no qual as autoridades preparam reuniões com os moradores, imames de mesquitas e responsáveis políticos para buscar uma saída pacífica ao problema.

Buzaina também questionou o motivo de Washington não ter expressado seu apoio ao diálogo que resultou do caminho "democrático e de reformas" na Síria.

"Existem suficientes membros da oposição nacional de todos os espectros que participarão, mas não ouvimos uma só palavra do Ocidente que promova o diálogo entre o povo sírio", lamentou.

Para o próximo domingo, o Governo de Damasco convocou uma reunião com políticos e intelectuais para estudar reformas na Constituição e estudar novas leis, o que foi prontamente rejeitado pelos grupos opositores.

Na última semana, os protestos em Hama sofreram violenta repressão por parte do Exército e das forças de segurança sírias que tiraram a vida de dezenas de pessoas.

A Síria é desde o mês passado palco de revoltas populares que terminaram com a morte de 1.401 civis e de 348 militares e policiais, segundo apuração do opositor Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

EFE   
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