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Presidente da Argélia promete reformas, mas impede protestos

19 mar 2011 - 16h30
(atualizado em 22/3/2011 às 12h41)
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O presidente argelino, Abdelaziz Buteflika, prometeu neste sábado uma "nova etapa no caminho das reformas globais", incluindo as políticas, no 44º aniversário da proclamação do cessar-fogo que conduziu o país à independência da França, mas proibiu as manifestações programadas para a ocasião.

Depois de citar o fim do estado de emergência, em vigor há 19 anos - algo que tinha prometido e cumpriu em 25 de fevereiro -, o presidente disse que passará a uma nova etapa.

"Será uma nova página aberta no caminho das reformas globais (...) que não terão frutos se não houver reformas políticas", disse Buteflika, no poder há 12 anos, no momento em que proliferam as manifestações na Argélia em favor de uma mudança do regime.

O presidente argelino, que não falava ao povo desde 2009, advertiu que é preciso estar alerta para "bloquear o caminho dos que querem aproveitar qualquer situação de crise", mas não citou diretamente o movimento de contestação social e política que agita a Argelia, cujos protestos deixaram cinco mortos e 800 feridos em janeiro passado.

Apesar das promessas de mudança, a polícia impediu as manifestações programadas para hoje pela Coordenação Nacional para a Mudança e a Democracia (CNCD) e por um grupo de jovens "independentes dos partidos políticos", a partir do Facebook.

A CNCD convocou uma manifestação para a Praça 1º de Maio, a sétima desde janeiro, para protestar contra o "sistema político", mas apenas algumas pessoas conseguiram chegar ao local.

Os "jovens independentes", que programaram seu protesto para a frente da sede dos Correios em Argel, em comemoração ao 49º aniversário da proclamação do cessar-fogo na Argélia, que levou à independência da França em julho de 1962, também não conseguiram chegar ao local.

A polícia ocupou todo o centro da cidade para impedir qualquer protesto, enquanto helicópteros sobrevoavam a região.

Apesar do fim do estado de emergência no mês passado, as manifestações seguem proibidas na Argélia desde junho de 2001.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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