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Distúrbios no Mundo Árabe

Político vê possível elo entre Assad e Al-Qaeda e teme armas químicas

17 jul 2012 - 04h34
(atualizado às 04h52)
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Nawaf Fares, um dos mais destacados políticos sírios, afirmou que o presidente Bashar al-Assad não duvidaria em recorrer às armas químicas se enfrentar maiores dificuldades e não descarta a possibilidade de elas já terem sido utilizadas em Homs.

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Em entrevista à cadeia BBC, Fares, que foi embaixador no Iraque e se uniu à oposição de seu país, disse que há informações não confirmadas sobre o uso dessas armas e que os principais bombardeios na Síria teriam sido planejados pelo regime de Damasco em colaboração com a rede Al Qaeda.

Fares é considerado o político mais importante a abandonar o regime de Damasco desde o começo do conflito, em março do ano passado. Perguntado se Assad poderia utilizar armas químicas contra a oposição, o político e diplomata não descartou essa hipótese e qualificou o presidente sírio como "um lobo ferido e encurralado".

"Há informações, informações não confirmadas, é claro, que foram utilizadas parcialmente armas químicas na cidade de Homs", disse o diplomata sírio à emissora britânica.

Em referência à possibilidade de uma colaboração com a Al-Qaeda, Fares assinalou que "na história há evidências suficientes de que muitos inimigos se encontram quando têm interesses".

"A Al Qaeda está buscando um espaço para movimentar-se e meios de apoio, enquanto o regime (sírio) procura uma maneira de aterrorizar a população síria", explicou.

Segundo a BBC, Fares acredita que militantes muçulmanos sunitas da Al Qaeda colaboram com o regime controlado pela minoria alauíta. Fares acrescentou que Assad não deixará o poder por uma intervenção política, apenas se for "tirado à força".

Ao mesmo tempo, se mostrou pessimista quanto ao plano de paz do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, o ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.

"Passaram-se sete meses e o regime não aplicou nem um só artigo do plano (de Annan)", acrescentou Fares.

EFE   
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