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África

Pelo menos sete embaixadores líbios apresentam renúncia

22 fev 2011 - 18h57
(atualizado às 20h19)
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Insatisfeitos com a represssão aos protestos populares contra o regime de Muammar Kadafi, ao menos sete embaixadores líbios apresentaram renúncia nesta terça-feira, informa a rede de televisão Al Jazeera.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

Os diplomatas que deixaram seus postos são os chefes das missões líbias em Estados Unidos, Polônia, Índia, Indonésia, Malásia, Austrália e na Liga Árabe, que tem sede no Cairo (Egito).

A emissora entrevistou o representante do país na Índia, Ali el Essawi, que afirmou que Trípoli "está ocupada por mercenários", além de ter acusado o governo de utiliza o ministério de Relações Exteriores "contra os líbios".

"Estão fazendo coisas terríveis contra o povo", acrescentou o diplomata, referindo-se ao uso de força por parte da polícia e do exército contra os manifestantes.

"Kadafi deve renunciar para que haja o fim deste banho de sangue. Não tem nenhuma legitimidade", acrescentou o agora ex-embaixador líbio em Nova Délhi.

Mundo árabe em convulsão

A onda de protestos que desbancou em poucas semanas os longevos governos da Tunísia e do Egito segue se irradiando por diversos Estados do mundo árabe. Depois da queda do tunisiano Ben Alie do egípcio Hosni Mubarak, os protestos mantêm-se quase que diariamente e começam a delinear um momento histórico para a região. Há elementos comuns em todos os conflitos: em maior ou menor medida, a insatisfação com a situação político-econômica e o clamor por liberdade e democracia; no entanto, a onda contestatória vai, aos poucos, ganhando contornos próprios em cada país e ressaltando suas diferenças políticas, culturais e sociais.

No norte da África, a Argélia vive - desde o começo do ano - protestos contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, que ocupa o cargo desde que venceu as eleições, pela primeira vez, em 1999; mais recentemente, a população do Marrocos também aderiu aos protestos, questionando o reinado de Mohammed VI. A onda também chegou à península arábica: na Jordânia, foi rápida a erupção de protestos contra o rei Abdullah, no posto desde 1999; já ao sul da península, massas têm saído às ruas para pedir mudanças no Iêmen, presidido por Ali Abdullah Saleh desde 1978, bem como em Omã, no qual o sultão Al Said reina desde 1970.

Além destes, os protestos vêm sendo particularmente intensos em dois países. Na Líbia, país fortemente controlado pelo revolucionário líder Muamar Kadafi, a população entra em sangrento confronto com as forças de segurança; em meio à onda de violência, um filho de Kadafifoi à TV estatal do país para tirar a legitimidade dos protestos, acusando um "complô" para dividir o país e suas riquezas. Na península arábica, o pequeno reino do Bahrein - estratégico aliado dos Estados Unidos - vem sendo contestado pela população, que quer mudanças no governo do rei Hamad Bin Isa Al Khalifa, no poder desde 1999.

Além destes países árabes, um foco latente de tensão é a república islâmica do Irã. O país persa (não árabe, embora falante desta língua) é o protagonista contemporâneo da tensão entre Islã/Ocidente e também tem registrado protestos populares que contestam a presidência de Mahmoud Ahmadinejad, no cargo desde 2005. Enquanto isso, a Tunísia e o Egito vivem os lento e trabalhoso processo pós-revolucionário, no qual novos governos vão sendo formados para tentar dar resposta aos anseios da população.

EFE   
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