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Oriente Médio

Passam de 36 mil os mortos na Síria; mais de 25 mil são civis

31 out 2012 - 12h33
(atualizado às 15h27)
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A aviação síria bombardeou nesta quarta-feira os subúrbios orientais de Damasco, reduto dos rebeldes, em um confronto de quase 20 meses e que provocou mais de 36 mil mortes, em sua maioria civis.

Bairro da cidade de Aleppo que está sob controle do exército sírio
Bairro da cidade de Aleppo que está sob controle do exército sírio
Foto: AFP

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Das 36 mil vítimas fatais registradas desde o início da rebelião, em 15 de março de 2011, 25.667 eram civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que também considera civis os que pegaram em armas para combater as tropas do regime de Bashar al-Assad.

O número de soldados mortos chega a 9.044 e o de desertores a 1.296, segundo a ONG com sede na Grã-Bretanha, que tem uma ampla rede de militantes e de fontes médicas em todo o país. Ao mesmo tempo, o mediador internacional Lakhdar Brahimi afirmou em Pequim que espera "um papel ativo da China", aliado de Assad, para encontrar uma solução à crise.

A brutal repressão pelo regime da rebelião terminou por militarizar o conflito. A aviação síria bombardeou nesta quarta-feira subúrbios ao leste de Damasco onde estavam entrincheirados grupos rebeldes, um dia depois do primeiro ataque aéreo contra um setor da capital, destacou o OSDH. "Os aviões de guerra executaram cinco bombardeios contra áreas agrícolas próximas das cidades de Saqba e Duma", afirmou a ONG.

Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que reúnem militantes opositores, confirmaram os bombardeios contra Duma, que provocaram muitos danos.Na terça-feira, segundo o OSDH, 30 civis, incluindo quatro mulheres e cinco crianças, assim como 13 rebeldes, morreram em bombardeios aéreos e em combates nos subúrbios da capital. Em todo o país morreram 182 pessoas, entre elas 95 civis.

Na província de Idleb (noroeste), soldados e rebeldes protagonizaram violentos combates depois que os insurgentes atacaram postos militares em Jisr al-Shughur. Na mesma região, caças bombardearam Deir Sharqi, Maarshmisha e Maaret al-Numan, uma localidade estratégica entre Damasco a Aleppo. Ao leste desta última cidade, os rebeldes e os combatentes jihadistas da Frente Al-Nusra tentavam tomar o controle da importante base militar de Wadi Daif.

Os combatentes desta Frente também atuam em Deir Ezzor (leste), onde o exército tenta recuperar bairros rebeldes. Outro reduto rebelde, a cidade de Mohasen, foi atacada.

Emissário da ONU tenta negociar

Depois de visitar Moscou, o emissário internacional da ONU foi recebido em Pequim pelo chanceler chinês Yang Jiechi, que elogiou os esforços de Brahimi para conter a violência na Síria.

Brahimi tenta convencer as autoridades chinesas a não vetar uma ação na Síria do Conselho de Segurança da ONU.Moscou e Pequim vetaram três projetos de resolução ocidentais no Conselho de Segurança da ONU que condenavam a repressão exercida pelo regime sírio.Ao mesmo tempo, a Rússia negocia com a Turquia para recuperar a carga confiscada por Ancara em um avião que viajava de Moscou a Damasco, mas não adotou até o momento nenhuma medida.

A Turquia interceptou em 10 de outubro um Airbus A-320 da Syrian Air, que voava sobre seu território, e o obrigou a fazer uma escala para controles de segurança.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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