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Mundo

Partidários e opositores de Mubarak se enfrentam em Alexandria

1 fev 2011 - 21h36
(atualizado às 23h07)
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Partidários e opositores ao regime político do presidente egípcio, Hosni Mubarak, se enfrentaram nesta terça-feira na cidade de Alexandria com socos e empurrões, mas também foram ouvidos tiros na confusão, ainda sem informações de vítimas, informou a emissora de televisão Al Jazeera.

Começa greve geral no Egito:

O incidente ocorreu em uma praça da cidade às margens do Mar Mediterrâneo, pouco depois de Mubarak, em discurso público, anunciar que não tinha intenções de concorrer às eleições presidenciais de setembro. A Al Jazeera entrevistou um dos ativistas, Eslam Kamal, que disse que o choque entre os grupos rivais foi causado por excesso de exaltação. Segundo ele, o Exército, que faz a segurança do local, "está tentando acalmar a situação".

"O Exército agiu com sabedoria para separar os dois grupos", destacou Kamal. Para ele, os tiros foram disparados pelos soldados ou pelos civis que colaboram com os militares na vigilância da praça de Alexandria.

Os manifestantes que há vários dias protestam no centro da capital egípcia reagiram com frustração e raiva ao último discurso de Hosni Mubarak, no qual ele anunciou que não tem intenção de concorrer à reeleição em setembro, mas não falou sobre abandonar o poder, tal como reivindicam os opositores.

Protestos convulsionam o Egito

A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.

O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro. Uma semana após o início dos protestos, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que informações não confirmadas sugerem que até 300 pessoas podem ter morrido e que há mais de 3 mil feridos do país.



EFE   
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