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Mundo

Opositores pedem manifestações até a queda do regime no Egito

31 jan 2011 - 15h35
(atualizado às 16h09)
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A Irmandade Muçulmana, o grupo de oposição mais influente do Egito, rejeitou o novo governo e pediu que prossigam as manifestações para a queda do regime do presidente Hosni Mubarak, em um comunicado publicado nesta segunda-feira.

Protestos voltam a se intensificar no Egito:

"A Irmandade Muçulmana (...) anuncia sua total recusa à composição do novo governo, que não respeita a vontade do povo", anuncia o comunicado.

O presidente Hosni Mubarak despediu-se de seu ministro do Interior, odiado por manifestantes que vêm sacudindo o regime há quase uma semana, mas muitas personalidades do antigo regime foram reconduzidas ao novo governo anunciado nesta segunda-feira.

Protestos convulsionam o Egito

A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.

O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro.Depois Já passam de 100 os mortos desde o início dos protestos, na última terça.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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