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Opositor do governo egípcio Mohamed ElBaradei chega ao Cairo

27 jan 2011 - 17h00
(atualizado em 28/1/2011 às 22h09)
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O opositor egípcio Mohamed ElBaradei chegou nesta quinta-feira à noite ao Cairo para participar dos protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak. O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que se tornou uma figura de liderança da oposição egípcia, chegou às 19h15 locais (14h15 de Brasília) ao aeroporto do Cairo, onde foi recebido por cerca de 50 partidários.

Mohamed ElBaradei disse que liderará transição na chegada ao aeroporto do Cairo
Mohamed ElBaradei disse que liderará transição na chegada ao aeroporto do Cairo
Foto: Reuters

"É um momento crítico na história do Egito. Vim para participar com o povo egípcio das manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak que agitam o país há três dias", declarou ElBaradei ao desembarcar. Mais cedo, em Viena, o opositor declarou estar pronto para o caso de o povo pedir que ele dirija a transição política no Egito.

"Se o povo, e particularmente os jovens, desejar que eu dirija a transição, não decepcionarei", afirmou ElBaradei aos jornalistas no aeroporto de Viena, de onde embarcou para a capital egípcia. "Minha prioridade agora é ver um novo Egito, um novo Egito encaminhado para uma transição pacífica", acrescentou. ElBaradei é muito crítico do regime do presidente Mubarak, que está no poder há três décadas.

"Se os tunisianos fizeram, os egípcios também devem conseguir", declarou à revista alemã Der Spiegel ao comentar uma possível inspiração da "Revolução de Jasmim" da Tunísia no Egito. ElBaradei não possui um partido reconhecido, mas formou um movimento, a Associação Nacional para a Mudança, que defende reformas democráticas e sociais.

O retorno do opositor acontece num momento em que os jovens militantes a favor da democracia, inspirados na rebelião tunisiana que expulsou do poder ao presidente Zine El Abidine Ben Ali, convocaram novas manifestações para esta quinta-feira e, depois das orações semanais de sexta-feira. Pelo menos mil pessoas foram detidas desde o início das manifestações no Egito, na terça-feira, contra o regime do presidente Hosni Mubarak, informou uma fonte dos serviços de segurança.

Os protestos deixaram seis mortos e dezenas de feridos. O "Movimento 6 de Abril", uma organização pró-democracia que está por trás das manifestações, pediu aos egípcios a continuidade dos protestos, inspirados na revolta tunisiana que derrubou o presidente Ben Ali.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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