Oposição retoma protestos após retirada militar no Bahrein
19 fev2011 - 11h27
(atualizado às 13h26)
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Milhares de manifestantes voltaram a ocupar neste sábado a praça da Pérola, em Manama, epicentro da mobilização antigoverno no Bahrein, depois que a polícia e o exército se retiraram do local em um aparente gesto de conciliação.
O príncipe herdeiro do Bahrein, Salman bem Hamad Al Khalifa, ordenou à polícia que "mantenha-se à margem das concentrações" de manifestantes. Salman, que é subcomandante das forças armadas, ordenou a "todas as forças de segurança que se retirem imediatamente", segundo um comunicado divulgado pela agência estatal BNA.
Na mesma nota, o príncipe pede "à multidão que deixe" a praça, para dar início a "uma nova fase de ação nacional que unirá todas as partes". Na sexta-feira, o rei Hamad anunciou que encarregaria seu filho de iniciar um diálogo com os manifestantes.
Em uma entrevista transmitida na televisão, o príncipe Salman disse que "nosso diálogo deve ocorrer em um clima de total calma", e "nenhum assunto pode ser excluído deste diálogo". A pressão aumentou ainda mais neste sábado no Bahrein, pequeno reino pró-Ocidente estrategicamente posicionado no Golfo Pérsico, onde a oposição xiita afirma que não descansará enquanto o atual governo não renunciar.
Os manifestantes começaram a construir tendas na praça da Pérola, depois de remover as barreiras de arame farpado instaladas pelas forças de segurança. A polícia, que mais cedo tentou dispersar a multidão com bombas de gás lacrimogêneo, acabou seguindo a atitude do exército e deixou o local.
Alguns manifestantes foram levados para o hospital Salmaniya depois de ter inalado o gás. "Estou feliz por termos voltado; eu disse que nós voltaríamos", comemorava o jovem Ibrahim, 23 anos, que participa dos protestos. "As pessoas querem a queda do regime", cantavam os manifestantes, que defendem protestos pacíficos.
Mais cedo, a oposição havia rejeitado a oferta de diálogo do príncipe herdeiro, afirmando que só negociaria depois que as tropas se retirassem da Praça da Pérola e o gabinete renunciasse.
"Para que consideremos o diálogo, o governo deve renunciar e o exército deve sair das ruas", disse à AFP Abdel Jalil Khalil Ibrahim, líder parlamentar da Associação do Acordo Nacional Islâmico (INAA), que está boicotando o parlamento para protestar contra a violenta repressão às manifestações. "Até agora, o que vimos não foi a linguagem do diálogo, e sim a linguagem da força", destacou.
Ao mesmo tempo, o maior sindicato do Bahrein convocou uma greve geral por tempo indefinido, começando no domingo, para protestar contra a violência policial e para exigir o direito de manifestação. "O sindicato geral convoca os trabalhadores do Bahrein para uma greve geral começando no domingo, a menos que o exército seja retirado das ruas e as manifestações pacíficas sejam permitidas sem ataques das forças de segurança", declarou a entidade.
16 de fevereiro - Familiar de Fadel al-Matrook discursa durante seu velório, em Manama
Foto: Reuters
16 de fevereiro - O ministro do Interior de Bahrein pediu desculpas pelas duas mortes no protesto
Foto: Reuters
16 de fevereiro - Familiares e manifestantes levam o caixão de Fadel al-Matrook, morto na terça-feirs, em Manama
Foto: Reuters
16 de fevereiro - Manifestantes acompanham o funeral de Fadel al-Matrook, morto na terça-feira durante protestos
Foto: Reuters
15 de fevereiro - Milhares de manifestantes ocupam a Pearl Roundabout, em Manama, para protestar contra duas mortes
Foto: Reuters
14 de fevereiro - Manifestantes protestam contra o governo, em Manama, inspirados pelo levante no Egito
Foto: Reuters
16 de fevereiro - Manifestantes oram no centro da capital após mais um dia de protestos
Foto: AP
16 de fevereiro - Manifestantes oram, descansam e se alimentam no centro de Manama após mais um dia de protestos
Foto: AP
17 de fevereiro - Militares invadem a praça Pearl, lançando bombas de gás e expulsando manifestantes que estavam acampados, em Manama
Foto: AP
17 de fevereiro - Mulheres gritam em protesto após os conflitos entre manifestantes e policiais, em Manama
Foto: AP
17 de fevereiro - Manifestantes carregam para hospital um homem ferido nos conflitos com militares, em Manama
Foto: AP
17 de fevereiro - Tanques do exército barenita tomam as ruas do centro de Manama
Foto: Reuters
17 de fevereiro - Após noite violenta e ação das forças de segurança, acampamento de manifestantes fica deserto
Foto: Reuters
17 de fevereiro - Tanques do exército patrulham ruas centrais da capital barenita após noite de confrontos
Foto: Reuters
18 de fevereiro - Manifestantes pró-governo agitam as bandeiras do Bahrein e seguram um cartaz onde pode-se ler "a família Khalifa é o símbolo da legitimidade" em árabe durante manifestação em Manama
Foto: AFP
18 de fevereiro - Um parente de um manifestante morto pela polícia durante protesto é consolado por um amigo durante o cortejo fúnebre
Foto: Reuters
18 de fevereiro - O corpo de um manifestante, que foi morto pela polícia, é levado para o enterro
Foto: AFP
18 de fevereiro - Corpo de um manifestante morto pela polícia é levado para ser enterrado enquanto seus familiares seguem o cortejo em Sitra
Foto: Reuters
19 de fevereiro - Tanques do exército saem da praça da Pérola, em Manama, depois que a oposição exigiu a retirada militar
Foto: AFP
19 de fevereiro - Militares saemm da praça da Pérola depois de exigência da oposição como condição para o diálogo
Foto: AFP
19 de fevereiro - Policiais perseguem panifestantes depois que os militares deixaram a praça da Pérola, em Manama
Foto: AP
19 de fevereiro - Policiais lançam bombas de gás lacrimogêneo na praça da Pérola, em Manama
Foto: AP
19 de fevereiro - Manifestantes voltam à praça da Pérola depois da retirada dos militares, em Manama
Foto: AP
19 de fevereiro - Manifestante grita palavras de ordem em novo protesto na praça da Pérola, em Manama
Foto: AP
19 de fevereiro - Milhares de manifestantes celebram na Praça da Pérola, que foi o epicentro de uma mobilização contra o governo na capital do Bahrein, Manama. Com a saída dos militares, que impediam os protestos, a população voltou ao local
Foto: AP
20 de fevereiro - Mensagem escrita com pedras contra o governo direcionada ao rei Hamad bin Isa al-Khalifa, próxima à Praça da Pérola, em Manama
Foto: Reuters
21 de fevereiro - Manifestantes levam cartaz com fotos dos líderes do Bahrein, na praça da Pérola
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21 de fevereiro - Enroladas em bandeiras do Bahrein, mulheres vão a protesto antigoverno, em Manama
Foto: AFP
21 de fevereiro - Mulheres conversam durante protesto contra o governo do Bahrein, na praça da Pérola
Foto: AFP
21 de fevereiro - Mulher segura cartaz que diz "Nós somos pessoas de paz", na praça da Pérola, em Manama
Foto: AFP
22 de fevereiro - Dezenas de milhares de xiitas protestam no centro de Manama pedindo a queda do governo
Foto: AFP
25 de fevereiro - Dezenas de milhares de manifestantes antigoverno exibem bandeiras nacionais e marcham até a Praça Pérola em Manama
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26 de fevereiro - Manifestantes contrários ao governo se aglomeram na Praça Pérola em Manama
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03 de março - Manifestante antigoverno beija um policial que pediu para ele liberar o caminho para uma motorista do sexo feminino. Ele estava bloqueando a estrada durante uma manifestação antigovernamental
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03 de março - Moradores seguram uma bandeira do Bahrein em frente à polícia de choque após uma briga entre sunitas e xiitas em Hamad Town, ao sul de Manama
Foto: Reuters
05 de março - Manifestantes antigoverno formam uma corrente humana que se estendeu por cerca de 7 km ao redor de Manama
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07 de março - Cerca de 150 manifestantes antigoverno balançam bandeiras e cartazes em protesto em frente à embaixada dos EUA em Manama