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África

Oposição líbia anuncia criação de Conselho Nacional transitório

27 fev 2011 - 11h59
(atualizado às 21h05)
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Líderes dos protestos na Líbia criaram neste domingo um "conselho nacional" de transição em cidades nas quais forças antirregime já detêm o controle tirado do ditador Muammar Kadafi, informou um porta-voz.

Abdelhafiz Hoga, porta-voz da chamada Coalizão Revolucionária do 17 de Fevereiro, afirmou em Benghazi, segunda maior cidade do país e controlada pela oposição, que a missão desse conselho será "dirigir o processo de transição".

O conselho é o "rosto da Líbia no período de transição", afirmou Hoga, acrescentando que consultas estão em andamento para discutir a composição e as tarefas no novo órgão. "Não podemos chamar de governo de transição. É um conselho nacional até a libertação de Trípoli (...) e ainda não determinamos sua forma e seus membros".

No sábado, o ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel Jalil, que deixou o regime de Kadhafi na segunda-feira, afirmou à emissora Al-Jazeera que um governo de transição seria formado para administrar o país durante três meses, preparando a realização de eleições.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

Com informações das agências internacionais.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP
Fonte: Terra
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