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Oriente Médio

ONU: violência na Síria deixou mais de 9 mil mortos

27 mar 2012 - 11h55
(atualizado às 12h30)
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A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um novo relatório nesta terça-feira apontando que a crise na Síria já deixou 9 mil mortos, entre opositores e soldados. A síria vive uma onda de violência desde março do ano passado, quando o regime do presidente Bashar al-Assad iniciou uma violenta repressão à manifestações da oposição.

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"A violência não diminuiu", declarou ao Conselho de Segurança Robert Serry, enviado da ONU ao Oriente Médio. Segundo Serry, estimativas "críveis" indicam mais de 9 mil mortos. "É urgente deter os combates e evitar uma escalada de violência no conflito", acrescentou.

O novo registro da ONU foi divulgado depois de o enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, ter anunciado que o presidente sírio, Bashar al-Assad, havia aceitado um plano de paz, que inclui um compromisso de por fim a todo tipo de violência.

No entanto, ativistas dos direitos humanos denunciaram novos assassinatos na Síria nesta terça. A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos contabiliza, por sua vez, 9.734 pessoas mortas, sendo 7.056 civis e 2.678 soldados das tropas do regime.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada.

Meninos posam para foto com armas de brinquedo na cidade síria de Hula, perto de Homs. A violenta repressão às revoltas no país já fez muitas crianças vítimas de ataques. Um dos mais graves ocorreu na segunda-feira, quando um massacre fez mais de 40 mortos, a maioria crianças. À medida que algumas famílias conseguem fugir da Síria, o regime de Bashar AL-Assad continua uma matança desenfreada que não leva em conta a idade das vítimas
Meninos posam para foto com armas de brinquedo na cidade síria de Hula, perto de Homs. A violenta repressão às revoltas no país já fez muitas crianças vítimas de ataques. Um dos mais graves ocorreu na segunda-feira, quando um massacre fez mais de 40 mortos, a maioria crianças. À medida que algumas famílias conseguem fugir da Síria, o regime de Bashar AL-Assad continua uma matança desenfreada que não leva em conta a idade das vítimas
Foto: Reuters
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