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Mundo

Ofensiva das tropas de Kadafi deixa quatro mortos em Misrata

16 mar 2011 - 07h55
(atualizado às 08h15)
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As forças leais ao ditador líbio Muammar Kadafi executaram uma ofensiva nesta quarta-feira contra a cidade de Misrata, no oeste líbio, controlada pelos insurgentes, e mataram pelo menos quatro pessoas, informaram os rebeldes à AFP. "A cidade foi atacada de todas as partes. Os rebeldes continuam controlando o local e conseguiram tomar dois tanque das forças de Kadafi que atacavam pelo sul", disse um porta-voz dos insurgentes à por telefone.

"Quatro mártires caíram, entre eles dois civis que tiveram as casas atingidas por obuses", acrescentou rebelde, que estava no hospital da cidade, a principal base da oposição no oeste da Líbia. "Os rebeldes responderam a ofensiva e agora a intensidade dos disparos diminuiu", completou.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país há quase um mês para pedir a renúncia do líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, se tunisianos e egípcios fizeram história através de embates com as forças oficiais e, principalmente, protestos pacíficos por democracia, a situação da Líbia já toma contornos bem distintos.

Diferentemente da queda de Hosni Mubarak, cujo símbolo foi a aglomeração sistemática de centenas de milhares de manifestantes no centro do Cairo, a contestação de Kadafi tem levado a Líbia a uma situação próxima de uma guerra civil. Após a realização de protestos em grandes cidade, como Trípoli e Benghazi, o litoral mediterrânico da Líbia virou cenário de uma batalha diária entre as forças do coronel e a resistência rebelde pelo controle das cidades, como Sirte- cidade natal de Kadafi - e a petrolífera Ras Lanuf.

Não há números oficiais, mas estima-se que mais de mil pessoas já tenham morrido desde meados de fevereiro. A onda de violência, por sua vez, gerou um êxodo de mais de pelo menos 100 mil pessoas, muitas das quais fogem pelas fronteiras egípcia e tunisiana. Esses números, aliados à brutalidade dos confrontos - como, por exemplo, o bombardeio a cidades rebeldes - vêm mobilizando lideranças da comunidade internacional, que cogitam a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ainda não acenam para uma intervenção no país.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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