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Oriente Médio

Ministro confirma participação da Síria em conferência da paz

26 mai 2013 - 08h10
(atualizado às 09h32)
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O regime sírio pretende participar da futura conferência internacional da paz, chamada "Genebra II", anunciou neste domingo o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem.

"Eu comuniquei ao primeiro-ministro (iraquiano) e a Hoshyar (Zebari, chefe da diplomacia iraquiana) a nossa decisão de participar, em princípio, da conferência internacional que deve acontecer em Genebra", declarou Mouallem durante uma coletiva de imprensa em Bagdá. "Acreditamos que esta conferência internacional será uma boa oportunidade para encontrar uma solução política para a crise na Síria", disse ele, em visita surpresa à capital iraquiana.

A conferência de Genebra foi proposta por Washington e Moscou para tentar acabar com o conflito sírio, e está prevista para ser realizada em junho. Na sexta-feira, a Coalizão Nacional de oposição síria exigiu "gestos de boa vontade" por parte do presidente Bashar al-Assad, antes de considerar sua participação. A Rússia, principal aliada do regime, também confirmou ter obtido o acordo de participação de Damasco.

A Síria, que compartilha uma fronteira de 600 km com o Iraque, vive um conflito que já matou mais de 94 mil pessoas em pouco mais de dois anos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

No sábado, o Exército iraquiano lançou uma ofensiva de grande envergadura com o objetivo de garantir a segurança de uma região desértica, por onde transitam militantes sunitas em direção à Síria. Insurgentes sunitas, alguns ligados à Al-Qaeda, estabeleceram campos neste região, segundo oficiais iraquianos.

"Estamos satisfeitos com as medidas tomadas pelo Exército iraquiano em sua luta contra membros da Al-Qaeda", reagiu Mouallem. "É um problema dos dois países, porque (os militantes) que se encontram na Síria têm ligações com aqueles que estão no Iraque, e vice-versa", considerou.

O Iraque tenta não tomar partido no conflito vizinho, mas os ocidentais acusam as autoridades de fechar os olhos para os aviões que cruzam seu espaço aéreo carregados de armas destinadas ao regime. Neste domingo, um avião sírio vindo de Moscou foi obrigado a aterrissar em Bagdá para ser revistado, segundo o chefe da aviação civil iraquiana, Nasser Bandar. Nenhum material militar foi encontrado a bordo, assegurou Bandar à AFP.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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