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Oriente Médio

Manifestações na Jordânia pedem restrições aos poderes do rei

16 fev 2011 - 17h00
(atualizado às 18h00)
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Quase 1,5 mil pessoas se manifestaram nesta quarta-feira em Irbid, segunda maior cidade da Jordânia, após as orações da noite, para denunciar a "corrupção do governo e pedir reformas políticas", anunciaram participantes.

Sindicalistas, representantes de diferentes partidos e organizações de mulheres participaram desta "manifestação contra a pobreza e a opressão", segundo as fontes.

"Estamos fazendo uma revolução popular", "É assim que obteremos a união nacional", entoavam os participantes que distribuíram um comunicado com 14 reivindicações políticas e sociais, entre elas a redução dos preços dos combustíveis, as perseguições judiciais contra os "corruptos" e a revisão da lei eleitoral.

Algumas horas mais cedo, cerca de trinta universitários se reuniram em frente ao palácio real em Amã para pedir a "limitação dos poderes do rei Abdullah II" e "reformas constitucionais".

"Esta manifestação é simbólica e visa a passar a mensagem ao rei: nós queremos que o rei reine, mas não governe. Ele não deve designar o primeiro-ministro", explicou à AFP Basel Bashabshah, coordenador dos "Jovens pela Mudança", um grupo recentemente criado por universitários para pedir reformas no país.

"Queremos uma monarquia constitucional, reformas políticas e poderes limitados para o rei, no estilo da Magna Carta", afirmou. A Magna Carta Libertatum, ou Grande Carta, redigida em 1215 por imigrantes ingleses, afirma o direito à liberdade individual e limita o poder real.

Manifestantes levavam faixas com os dizeres "Nós queremos um governo parlamentar, reformas reais" ou ainda "As reformas começam pela Constituição", comprovou um correspondente da AFP.

A Frente de Ação Islâmica (FAI), principal partido de oposição, reivindica igualmente uma revisão da Constituição para que o chefe da maioria parlamentar possa virar o primeiro-ministro.

A Constituição jordaniana, adotada em 1952, concede ao rei o poder exclusivo de nomear e demitir o primeiro-ministro. A Jordânia atravessa atualmente um movimento de insatisfação que vem se traduzindo em diversas manifestações.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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